AFP
Publicada em 28/12/2022 às 14h47
O primeiro-ministro israelense designado, Benjamin Netanyahu, cujo governo assumirá na quinta-feira, apresentou nesta quarta-feira (28) um programa que apoia a expansão dos assentamentos na Cisjordânia.
"O povo judeu tem um direito exclusivo e inalienável em todas as partes da terra de Israel. O governo promoverá e desenvolverá assentamentos em todas as partes da terra de Israel - na Galileia, no Negev, no Golã, na Judeia e em Samaria (Cisjordânia)", disse em nota o Likud, partido de Netanyahu, que venceu as eleições legislativas de 1º de novembro junto com seus aliados ultraortodoxos e de extrema direita.
O comunicado também menciona os pedidos de seus aliados de extrema direita para que os agentes de segurança tenham maior margem de manobra no uso da força na Cisjordânia.
"O governo se esforçará para fortalecer as forças de segurança e apoiar os combatentes e a polícia para lutar e derrotar o terrorismo", afirma o documento.
Por último, o Likud menciona as questões religiosas que afirmam que "o status quo em matéria de religião e Estado permanecerá como tem sido por décadas em Israel, inclusive no que diz respeito aos lugares sagrados".
Netanyahu também anunciou a nomeação de Yoav Galant, de 64 anos, como ministro da Defesa.
Ex-comandante da região sul, Galant ocupou vários cargos ministeriais nas gestões anteriores de Netanyahu.
Nascido em 1958 em Israel, este filho de judeus poloneses sobreviventes do Holocausto teve uma longa carreira nas forças armadas, chegando ao posto de general em 2002.
Oficial de uma unidade de elite e depois comandante da divisão militar que controlava a Faixa de Gaza no final dos anos 1990, mais tarde foi comandante-chefe da região sul, especialmente na época da retirada unilateral de Israel do enclave palestino no verão de 2005.
Bezalel Smotrich, líder da formação de extrema direita Sionismo Religioso, será o futuro ministro encarregado de assuntos civis na Cisjordânia ocupada.
O Likud também indicou que na quinta-feira nomeará um novo presidente do Parlamento, Amir Ohana, o primeiro deputado abertamente homossexual a ocupar um cargo ministerial em Israel em 2019.
Israel ocupa a Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Estima-se que cerca de 475 mil colonos vivam atualmente na região, junto com 2,9 milhões de palestinos, em comunidades consideradas ilegais pelo direito internacional.
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