RFI
Publicada em 30/12/2022 às 11h11
Na Espanha, em plenas festas de fim de ano, quatro mulheres foram assassinadas, em menos de 24 horas, três delas por ex-companheiros. A quarta foi morta pelo ex-marido da mãe, em um dos meses de dezembro com mais feminicídios das últimas décadas no país.
O último assassinato aconteceu na quinta-feira (29), em Escalona, na província de Toledo e comoveu o país. Um homem de 52 anos esfaqueou sua ex-mulher grávida de nove meses, em frente aos filhos de 13 e 14 anos. Foi a filha mais velha que alertou a polícia, ligando para o número 112 de denúncias de feminicídios.
Segundo a imprensa espanhola, a vítima era uma mulher de 34 anos. Ela e seu agressor viviam juntos, mas ela tinha uma nova relação e estava grávida do namorado. Quando o serviço de emergência chegou ao local, os paramédicos realizaram uma cesária, mas não foi possível salvar o bebê.
Ao mesmo momento do assassinato de Escalona, uma jovem de 21 anos foi assassinada, em Madri, por seu ex-companheiro, também a facadas. Em Benidorm, na província de Alicante, outra mulher morreu ao ser empurrada do sexto andar de um prédio pelo namorado, depois de uma discussão.
Lei contra violência de gênero
No mês de dezembro, dez casos de violência contra as mulheres foram confirmados, e três são investigados, de acordo com o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska. Ele alertou que atualmente há 700 mulheres vivendo sob ameaça de morte no país.
Este pode ser o mês de dezembro com mais feminicídios no país nos últimos 19 anos.
Segundo o último balanço do ministério da Presidência, Relações com as Cortes e Igualdade, o número de vítimas por violência de gênero na Espanha, em 2022, chega a 46. Um número similar ao de 2021 (48), mas muito menor que em 2007, quando 76 mulheres morreram.
O país conseguiu reduzir quase pela metade o número de feminicídios através da legislação mais avançada no mundo em matéria de violência contra mulheres. A Lei integral contra a violência conjugal coloca à disposição apoio psicológico, policial e judicial assim que uma denúncia é feita pelo telefone.
Por isso, o aumento de casos neste fim de ano preocupa e provoca indignação na classe política espanhola, que pede à população para redobrar esforços para “exterminar este mal”.
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