France Presse
Publicada em 31/12/2022 às 08h46
A oposição venezuelana eliminou, nesta sexta-feira (30), o "governo interino" de Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos, após quatro anos de uma ofensiva frustrada para tentar depor o presidente socialista Nicolás Maduro.
Membros do Parlamento de maioria opositora eleito em 2015, cujo mandato venceu em 2021, decidiram pelo fim dessa figura a partir de 5 de janeiro, por 72 votos a 29 e oito abstenções.
Esse Legislativo defende a sua continuidade ao chamar de fraudulenta a vitória do chavismo nas eleições legislativas de 2020.
A iniciativa para encerrar o governo interino - que nunca pôde assumir o poder real, apesar do amplo apoio internacional e embora tenha recebido o controle de ativos venezuelanos bloqueados no exterior devido a sanções - foi promovida por três dos principais partidos políticos da oposição: Primeiro Justiça (PJ), Ação Democrática (AD) e Um Novo Tempo (UNT).
Foi a segunda de duas votações necessárias, em que a proposta exigia maioria simples. A primeira ocorreu na semana passada.
Integrante do partido Vontade Popular (VP), do líder exilado Leopoldo López, Guaidó havia pedido na véspera a manutenção da figura do governo interino "acima de nomes", levantando a possibilidade de ser substituído por outro dirigente, proposta descartada hoje.
Alegando que a reeleição de Maduro em 2018 foi uma fraude, Guaidó se autoproclamou "presidente encarregado" em janeiro de 2019, em praça pública, com o apoio de meia centena de países.
O respaldo internacional, no entanto, foi diluído. Embora mantenha seu reconhecimento formal ao governo interino, os Estados Unidos enviaram delegados para se reunir com Maduro em meio à crise petroleira provocada pelas sanções contra a Rússia, e países latino-americanos como Brasil, Colômbia e Argentina deram uma guinada para a esquerda.
A oposição planeja eleições primárias para o próximo ano, visando às eleições presidenciais, previstas para 2024. Guaidó estaria entre os candidatos.
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