Rondoniadinamica
Publicada em 21/01/2023 às 09h50
Porto Velho, RO – De 2018 para cá muita coisa mudou no Brasil inteiro, mas especialmente em Rondônia. Se na União o controle da Administração Pública inverteu os polos, saindo da extrema direita de volta à esquerda moderada com Jair Bolsonaro, do PL, deposto, e Lula, do PT, eleito, no Estado comandado por Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, não foi diferente.
A despeito da recondução do chefe do Executivo estadual, boa parte da bancada federal fora alterada; e os assentos na Assembleia Legislativa (ALE/RO) também terão, em grande parte, novos “donos” a partir de fevereiro, quando tomam posse os participantes da Legislatura 2023/24.
Há personagens fortíssimos que perderam o ofício quando encararam as urnas no ano passado. Léo Moraes, do Podemos; e Mariana Carvalho, do União Brasil, campeões de votos, se aventuraram em caminhos distintos e foram à bancarrota.
A dupla, por motivos distintos, converge em alianças em estaduais: a ex-tucana, que já era parceira de Rocha por conta da aproximação com Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho, com certeza terá portas escancaradas nos próximos quatro anos de gestão do militar. Moraes, lado outro, topou engrossar a campanha do segundo turno quando declarou publicamente seu apoio crítico. Léo já foi apontado, inclusive, como próximo diretor-geral do Departamento de Trânsito de Rondônia (Detran/RO) por fontes palacianas.
Jaqueline Cassol, do Progressistas, já viu encarnadas as suas apostas quando o marido, Luiz Paulo, fora alçado a titular da pasta de Agricultura (Seagri/RO).
Já Expedito Netto, do PSD; e o senador Acir Gurgacz, do PDT, são cotados para funções a nível nacional em decorrência dos laços estreitados por linhas ideológicas semelhantes às de Lula. Neste panorama, restaria saber quais serão os próximos passos de Mauro Nazif, do PSB, que, apesar do arcabouço popular o referendando mandato após mandato também sentiu o gosto amargo do revés.
Outros nomes fortes ficaram pelo caminho de 2018 para cá; uns por cassação, pura e simples, e outros porque não receberam do povo o aval para ficar, restando, consequentemente, depostos pela democracia.
Todos eles têm expressão e envergadura suficientes para remodelarem seus próprios destinos. E respondendo à pergunta-título deste editorial, sim, há espaço. E muito.
Se “Figura A” ou “Figura B” estiver com os direitos políticos suspensos em decorrência de deposição forçada, ainda assim o horizonte se expande a grupos políticos e lideranças que surgem debaixo do braço de todos eles.
O Poder se desmancha por um período, porém preserva a latência arregimentando, sempre, formatos diferentes para regressar.
É assim que se criam os clãs rondonienses na política. Por isto, em quesito local, os sobrenomes se perpetuam nas manchetes de jornais regionais. Os Cassol. Os Donadon. Os Moraes. Os Carvalho. Os Muleta (neste caso, apelido, mas pertencente a toda uma família). E há também os Follador.
Estão para Adelino Follador (União Brasil), Aélcio da TV (Progressistas), Anderson Pereira (Republicanos), Cássia Muleta (Podemos), Chiquinho da Emater (PSB), Dr. Neidson (Podemos), Edson Martins (MDB), Eyder Brasil (PL), Geraldo da Rondônia (PSC), Jair Montes (Avante), Jhony Paixão (PSDB) e Lazinho da Fetagro (PSB), a vida está só começando. E a sociedade ainda ouvirá – e lerá –, muito a respeito de suas credenciais.
A partir de fevereiro começam novos tempos para Rondônia e sua população: mas a maioria do cacicado, ainda que fora da titularidade das rédeas, continua a orbitar as grandes tomadas de decisões.
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