Rondoniadinamica
Publicada em 26/01/2023 às 09h30
Porto Velho, RO – O que não ficou claro até agora para o rondoniense é essa fenda ideológica deixada no ar por Marcos Rogério, do PL, ao se licenciar do Senado Federal abrindo a vaga para o suplente, Samuel Araújo, que já caiu fora da legenda de Valdemar Costa Neto e ingressou às fileiras do PSD.
O PSD, no caso, comandado pelo ainda deputado federal Expedito Netto, não reeleito em 2022.
Durante os últimos quatro anos, Rogério funcionou como uma espécie de serviçal do Planalto.
Derrotado no pleito do ano passado quando tentou tirar as rédeas do Palácio Rio Madeira do atual regente, Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, chegou a dizer que se sentia honrado em ser chamado de “Pitbull de Bolsonaro”, aliado também defenestrado do Poder.
Pitbull, no caso, é uma raça de cachorro, mas, para o afastado, “para mim é um elogio” ser definido como tal.
E com a votação à Presidência da Câmara Alta se aproximando, o Rondônia Dinâmica já anotou que a tendência – com base factual –, é Confúcio Moura, do MDB, e Araújo, substituindo Rogério, contribuírem com a recondução de Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais.
Lado outro, Jaime Bagattoli, que é do PL, portanto correligionário do senador licenciado, certamente irá de Rogério Marinho (PL-RN). Ele inclusive já declarou o voto abertamente.
Os bolsonaristas fazem pressão para que a bancada regional se posicione contra Pacheco, mas o voto substancial, que daria a maioria local a Marinho, não estará lá na ocasião, criando uma dicotomia curiosa.
São mandatos diferentes, claro, mas tecnicamente, como um tem de sair para o outro entrar, ou seja, o poder de voto pertence a quem estiver no Plenário no dia do escrutínio, quem dará as cartas é Araújo, que, na sigla de Netto, integra a base do governo Lula (PT).
Resumidamente, um único mandato servindo a dois senhores: por ora, Marcos Rogério, na reserva, não detém as prerrogativas de ofício de que precisaria para atender sua patota.
E Samuel Araújo, com força descomunal, embora temporária, está “ilhado” ciberneticamente. É nome quase inacessível, especialmente em redes sociais, fugindo facilmente da sanha da extrema direita que exige o cumprimento integral de seus posicionamentos.
Enfim, a ironia, que deposita a futura deliberação de Araújo por Pacheco – embora o voto seja secreto –, na conta de Marcos Rogério, o tal pitbull de Bolsonaro.
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