Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 04/02/2023 às 09h48
Porto Velho, RO – O assunto pode ser até maçante para o leitor, pois é difícil a semana em que a BR 364, rodovia federal mais importante de Rondônia não está nas manchetes. A 364, além fomentar o progresso e desenvolvimento do Estado e da União, dentre outras coisas, garante a exportação de grãos (soja e milho) para o exterior, via porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira produzidos em Rondônia e em boa parte do Mato Grosso. O que mais preocupa é a quantidade de acidentes e vidas, que são ceifadas no trecho de cerca de 700 quilômetros entre Porto Velho a Vilhena, na divisa com o Mato Grosso chamado de “Corredor da Morte”.
Esta semana, por exemplo, pai e filho residentes em Cacoal perderam a vida em acidente com a motocicleta em que estavam na colisão com uma Fiat Strada. Mais duas pessoas perderam a vida, situação que ocorre quase que diariamente devido a precariedade do piso da rodovia, construída na década de 80 e sem condições de suportar o volume do tráfego pesado (carretas, bitrens e treminhões) e veículos de passeio.
Somente o movimento de veículos de carga gira em torno de 2,5 mil veículos/dia, sem contar automóveis, caminhonetes, motocicletas. Uma viagem de Porto Velho a Ji-Paraná, por exemplo, que poderia ser feita em pouco mais de 4 horas, hoje é muito difícil concluir o trecho com menos de cerca de 380 quilômetros em menos de cinco horas, cinco horas e meia. Além das dificuldades em ultrapassagens, sempre perigosas, devido ao grande movimento de veículos a pista está sempre com vários pontos esburacados ampliando os riscos de acidentes.
Rondônia faz parte da Amazônia e tem clima diferenciado das demais regiões. Além de o horário (uma hora a menos que Brasília) tem somente duas estações climáticas que o povo da região classificou de inverno (chuvas diárias e durante cerca de seis meses) como agora, verão (raramente chove durante o mesmo período).
Um dos problemas, que contribui para o descaso com a BR 364, na ligação Porto Velho a Vilhena é a falta de responsabilidade do Dnit e de maior cobrança da bancada federal de Rondônia, renovada e empossada no primeiro dia deste mês de fevereiro junto ao governo federal. No primeiro encontro de o governador Marcos Rocha (UB), reeleito em outubro último com o presidente Lula da Silva (PT), na última semana, o assunto esteve em pauta. Lula garantiu priorizar a 364 e resolver a situação da BR 319, única ligação rodoviária de Manaus com o Centro-Sul do País, em um trecho de aproximadamente 400 quilômetros, o chamado “Meião”, que precisa ser recuperado totalmente, desde o seu alicerce.
Na realidade senadores e deputados de Rondônia, Acre e do Amazonas devem unir forças, para que a o problema da 364 e 319 sejam solucionados e não amenizados. Aproveitar a iniciativa de Rocha e a boa vontade de o presidente Lula de buscarem solução e não paliativos para as duas rodovias é um sinal verde para o futuro.
Não basta tapa-buracos e recuperar (não confundir com refazer) trechos no período de seca. É necessário a restauração desde o alicerce da rodovia, para que seja atendida a demanda veículos e de cargas que é crescente a cada ano. Tapar buracos, recapear trechos são meios de atender interesses de empreiteiras, que todos os anos, após as chuvas retornam para fazer o mesmo serviço, que foi executado no verão anterior e com prazo de validade.
A solicitação de Rocha ao presidente Lula, que se comprometeu a resolver não somente a situação do chamado “Corredor da Morte”, BR 364 no trecho Porto Velho a Vilhena, mas também do “Meião” com cerca de 400 quilômetros da 319, deve ser encampada pelos representantes da bancada federal, deputados estaduais, prefeitos e vereadores e autoridades e entidades representativas do Estado.
A 364 não depende somente de restauração desde o alicerce, mas que posteriormente também seja duplicada nos 700 quilômetros entre Porto Velho a Vilhena. Hoje, além dos buracos as ultrapassagens são difíceis, perigosas devido ao enorme movimento.
Outro problema que precisa ser resolvido e não é somente de Rondônia e da 364 e 319. O retorno de quase a totalidade de veículos pesados, que descarregam no porto graneleiro e voltam para as cidades de origens “batendo carroceria” em comprovado gasto desnecessário de combustível, por exemplo carece de solução. Mas o tema é assunto para futura OPINIÃO.
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