AFP
Publicada em 09/02/2023 às 09h18
Patrick Crusius, um jovem americano detido pelo assassinato de 23 latinos em um supermercado de El Paso em 2019, declarou-se culpado nesta quarta-feira (8) diante de um juiz e, em princípio, enfrentaria 90 condenações perpétuas.
"Estamos felizes de que ele finalmente tenha feito [a admissão de culpabilidade]", disse à imprensa Joe Spencer, advogado de Crusius. "E ele estava contente por finalmente ter feito isso", afirmou, sem acrescentar mais detalhes.
Em um tribunal federal de El Paso, Texas, na fronteira entre Estados Unidos e México, o homem de 24 anos admitiu sua responsabilidade pelas 90 acusações relacionadas com o ataque a tiros de 3 de agosto de 2019, segundo a imprensa local.
Entre elas há acusações por "crimes de ódio com resultado de morte" e "uso de arma de fogo para cometer assassinato".
"Não há vencedores neste caso, ele vai cumprir 90 condenações perpétuas consecutivas", disse Spencer, confirmando assim o pedido feito pela promotoria nesta quarta-feira diante da corte federal.
Segundo informações da imprensa, a decisão do juiz pode acontecer em junho.
Por meio de seu advogado, Crusius já havia adiantado sua intenção de se declarar culpado, uma semana depois de os promotores retirarem o pedido de pena de morte.
Contudo, ele ainda enfrenta um julgamento por assassinato na Justiça estadual do Texas, cuja promotoria não descartou solicitar a pena capital.
Crusius chegou ao tribunal nesta quarta vestindo um uniforme azul de presidiário, algemado e acorrentado, em meio a medidas severas de segurança, detalhou a imprensa. Familiares das vítimas compareceram à audiência.
No início de agosto de 2019, Crusius publicou na internet um documento que ecoava teses supremacistas brancas.
Em seu texto, ele denunciava uma "invasão latina do Texas" e elogiava o autor de um massacre na mesquita de Christchurch, na Nova Zelândia, com 51 mortes em 15 de março de 2019.
Depois, ele dirigiu por dez horas desde os subúrbios de Dallas, onde vivia, até El Paso, cidade de maioria hispânica situada na fronteira com o México, onde abriu fogo com um rifle semiautomático em um hipermercado da rede Walmart.
Quando a polícia chegou, ele saiu de um veículo, com as mãos ao alto, e disse "eu sou o atirador".
Enquanto estava preso preventivamente, admitiu aos investigadores que tinha a intenção de atacar "mexicanos".
O agressor deixou 23 mortos, entre eles oito mexicanos, além de dezenas de feridos.
O massacre de El Paso continua sendo um dos assassinatos mais mortais da história dos Estados Unidos, um país que registra regularmente chacinas cometidas por atiradores.
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