ANSA
Publicada em 13/02/2023 às 15h22
Representantes do governo da Itália vieram a público nesta segunda-feira (13) para reafirmar o apoio do país à Ucrânia após críticas do senador e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ao presidente Volodymyr Zelensky.
Chefe do partido conservador Força Itália (FI), que integra a coalizão da premiê Giorgia Meloni, Berlusconi disse no último domingo (12) que não se reuniria com Zelensky caso fosse primeiro-ministro.
"Bastava que ele parasse de atacar as duas repúblicas autônomas do Donbass [Donetsk e Lugansk] e isso não teria acontecido. Então julgo o comportamento desse senhor muito, muito negativamente", afirmou Berlusconi, ecoando a narrativa do regime de Vladimir Putin, seu amigo de longa data.
Já nesta segunda, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também coordenador nacional do FI, garantiu que a posição do governo de apoiar a Ucrânia "continua a mesma".
"Berlusconi é um homem de paz e não mudou suas posições em defesa da Ucrânia, da Otan e do Ocidente", ressaltou o chanceler. Por sua vez, o ministro da Defesa, Guido Crosetto, declarou que a postura da Itália "não pode ser colocada em discussão". "Os atos deste governo falam por si", disse.
Na semana passada, Meloni conversou pessoalmente com Zelensky durante uma reunião do Conselho Europeu em Bruxelas para reafirmar o apoio de Roma a Kiev. A Itália tem abastecido a Ucrânia com armamentos e prepara o envio de sistemas de defesa antiaérea para as próximas semanas.
Em uma mensagem no Facebook, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, acusou Berlusconi de "tentar beijar as mãos de Putin e de demonstrar lealdade ao ditador russo", mas elogiou a postura de Meloni, "que reafirmou o apoio indestrutível" a Kiev.
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