G1
Publicada em 09/03/2023 às 14h31
Com alguns dos mísseis mais poderosos que tem, a Rússia atacou nesta quinta-feira (9) as principais cidades da Ucrânia. Foi a maior ofensiva desde que a guerra completou um ano, em 24 de fevereiro.
Oito pessoas morreram nos ataques, segundo autoridades locais.
O governo russo disse ter utilizado seis mísseis de cruzeiro hipersônicos kinzhal, uma das armas mais valiosas de Moscou. Kiev afirmou que detctou o armamento em seu território.
Acredita-se que a Rússia tenha apenas algumas dezenas de kinzhals, que voam muito mais rápido que a velocidade do som e são construídos para transportar ogivas nucleares com alcance de mais de 2.000 quilômtros. Em seus discursos, o presidente russo, Vladimir Putin, costuma afirmar que os países do Ocidente não têm armamentos que possam conter o kinzhal.
Os mísseis atingiram desde cidades no leste, na fronteira com a Rússia, até do oeste, perto da divisa com a Polônia.
Como Moscou vem fazendo nos últimos meses, os alvos dos mísseis foram instalações de infraestrutura, especialmente usinas de energia e estações de distribuição de água. A tática é deixar cidades importantes sem energia para desestabilizar a economia ucraniana.
Mas, segundo autoridades locais, oito pessoas morreram por conta dos bombardeios - quatro em Kharkiv, no leste, e três em Lviv, a cidade próxima à fronteira com a Polônia.
Houve explosões também em Kiev, segundo o prefeito da capital, Vitali Klitschko. Quase metade da população ficou sem energia pela amanhã, mas o abastecimento foi regularizado, segundo o governo local.
O governador de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, relatou mais de 15 ataques. Já o governador de Odesa informou ter havido danos graves em instalações de energia e também em edifícios residenciais.
Explosões também foram relatadas ainda nas cidades de Dnieper, Lutsk e Rivne.
Zaporizhzhia
Os ataques também atingiram Zaporizhzhia, onde fica a maior usina nuclear da Europa, atualmente controlada por tropas russas.
A Ucrânia disse que os ataques interromperam o fornecimento de energia da usina, que teve de usar energia a diesel de emergência para evitar um colapso. Posteriormente, a usina voltou a funcionar normalmente.
A central de Zaporizhzhia, que a Rússia controla desde o início da guerra, está perto da linha de frente, e ambos os lados já alertaram sobre um potencial desastre.
O chefe da vigilância nuclear da ONU, Rafael Grossi, já pediu por uma zona de proteção ao redor da usina.
A guerra da Ucrânia compeltou um ano no fim de fevereiro, com a perspectiva de seguir se arrastando ao longo de 2023 e ameaças de Moscou de uma retomada de territórios. O governo russo também tem dado indícios de uma possível parceria com a China.
Kiev, por outro lado, tem se apoiado no envio de armas e equipamentos militares por países do Ocidente, com os tanques alemães Leopard 2, para conseguir expulsar as tropas russas, que controlam atualmente cerca de 20% do território ucraniano, no leste do país.
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