Vanessa Moura/Secom
Publicada em 15/03/2023 às 13h03
Nesta quarta-feira, 15, é comemorado o Dia da Escola, uma instituição que mais que ensinar a ler e escrever, e ter conhecimentos específicos, tem o papel de contribuir para a transformação de vidas, e é isso o que tem acontecido em Rondônia, onde desde 2020, o Governo do Estado tem implantado escolas-cívicos militares, especialmente, em ambientes de vulnerabilidade social, para ajudar a dar mais dignidade e condições para a mudança da visão e de comportamento dos estudantes.
“O Governo de Rondônia tem o compromisso de ter escolas com condições de atender cada vez melhor os estudantes, pois acreditamos que a educação é transformadora, e é a partir dela que a nossa população tem condições de melhorar a qualidade de vida e contribuir para um Estado mais desenvolvido, e essa união entre cívico e o militar fortalece a disciplina nas escolas”, disse o governador, Marcos Rocha.
A escola Ulisses Guimarães, que atende 1.358 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, é uma dessas escolas cívico-militares da rede estadual. A escola atende um perfil de estudantes de baixa renda, e há casos, segundo a direção, que a merenda escolar é a única refeição do dia. Localizada em uma área periférica de Porto Velho, em um bairro com histórico de violência e tráfico de drogas, as mudanças dentro da escola têm feito a diferença para a comunidade.
A cerimônia cívico – militar com estudantes no início do dia com a execução do hino nacional e o hasteamento de bandeiras já sinalizam o diferencial da escola, que vive uma nova fase com ordem e disciplina, considerado um ambiente seguro para a boa convivência. A aluna do 1º ano do Ensino Médio, Juliana Vitória Reis Muniz, 15 anos, destaca o impacto positivo da transformação da escola cívico-militar. ‘‘Comecei a estudar aqui desde 2019, e na época, a realidade da escola era de indisciplina, não tinha ordem, mas depois que transformou-se em cívico-militar está mais organizada e há obediência às normas, estou aprendendo bem mais. Eu sonho em ser policial federal, e como temos monitores que já passaram pelas forças armadas, sempre peço conselhos e eles me ajudam’’.
A aposentada Maria Bernardo de Souza acompanha de perto a vida estudantil dos netos, Paulo, de 17 anos, e Caio, de 13 anos, e disse estar mais contente com a mudança da escola para cívico-militar. ‘‘Eu gosto daqui e os meus netos também gostam, pois aqui os professores são bons e está mais segura. Desde que passou a ter militares na escola, as coisas melhoraram, pois antes havia muitas contendas’’ conta. Ela ainda destacou o papel da família na educação. ‘‘Meus netos são de família pobre, mas o pouco que sei passo para eles, pois a educação também é dever da família, principalmente de orientar quanto ao respeito com todos’’.
Maria ainda contou que os netos estão entusiasmados com cada mudança que a escola promove e chegam em casa comentando sobre as novidades. E não são poucas, o vice-diretor da escola, Valdeci Ramos, pontuou os investimentos do Governo de Rondônia na escola. ‘‘A escola cívico-militar Ulisses Guimarães foi implantada em 2020, e a partir de então o Governo tem feito constantes investimentos, como por exemplo, a reforma elétrica, que já foi finalizada, está em execução a pintura geral, foram destinados novos mobiliários, materiais didáticos, recebemos 19 computadores para o laboratório de informática, foi entregue o laboratório móvel de Ciência e Biologia, notebooks para os professores e um ônibus escolar’’, afirmou.
O diretor ressalta ainda que essas melhorias junto com a presença dos militares fizeram da escola um ambiente mais agradável e seguro. ‘‘Sempre tivemos uma preocupação com segurança dos alunos e servidores, devido à dificuldade com disciplina, e sempre tínhamos o apoio da Polícia Militar diante de toda essa demanda de violência no entorno da escola, e com a chegada dos militares das forças armadas é visível essa transformação na convivência dos alunos e da comunidade’’, considera.
O professor de Educação Física, Darmiton Peixoto, que já atua na escola há 21 anos, reforça os pontos positivos da nova fase que vive a escola. ‘‘Antes o ambiente da escola era marcado por indisciplina e falta de segurança, perdemos alguns alunos para o tráfico, mas com a transformação em cívico-militar estamos fortalecendo a questão da disciplina e do respeito mútuo’’, destacou.
CÍVICO-MILITAR
A implantação da escola cívico-militar faz parte do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militar/Pecim, desenvolvido pelo Ministério da Educação – MEC com o apoio do Ministério da Defesa e implementado em colaboração com o Governo de Rondônia, onde militares da Reserva Remunerada das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) contribuem com o monitoramento dos estudantes, e para fortalecer o civismo, patriotismo e valores éticos, e contribuir com uma melhor convivência em sociedade.
O oficial de gestão escolar educacional, capitão Hipólito Alencar, que atua na escola Ulisses Guimarães, desde a transformação dela em cívico-militar, destaca o orgulho de compartilhar a experiência de 36 anos no ambiente escolar. Ele é um dos 10 militares que atuam na escola, diretamente no controle disciplinar dos alunos ‘‘A experiência adquirida dentro do ambiente militar nos dar uma tranquilidade maior em lidar com situações adversas, sendo que o nosso papel não trata-se de intervenção na metodologia educacional, mas sim no assessoramento, sobretudo, no aspecto disciplinar, auxiliando na formação dos jovens.
Quando chegamos aqui nos deparamos com alunos com posturas que diferem das que estamos acostumados a conviver, e aos poucos estamos aperfeiçoando nossas técnicas de melhorar o ambiente, e já percebemos uma mudança brusca na questão disciplinar’’, pontuou.
Merenda escolar é destacada pelo alunos
Além da escola Ulisses Guimarães, o Governo de Rondônia implantou outras três escolas cívico-militar na rede estadual: Prof. Daniel Neri da Silva (2021), em Porto Velho; Irmã Maria Celeste (2021), em Guajará-Mirim, e a Getúlio Vargas (2022), em Porto Velho. Rondônia tem a sexta melhor educação do Brasil, conforme ranking nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), onde a educação é valorizada com investimentos que vão desde reformas das escolas, aquisição constante de equipamentos tecnológicos e materiais didáticos até implantação de laboratórios móveis de Ciência e Biologia e revitalização dos laboratórios de informática.
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