Rondoniadinamica
Publicada em 01/04/2023 às 09h20
Porto Velho, RO – Até 2018, Marcos Rogério, do PL, mas à época pelo DEM, era, em sua independência – ao menos em termos de imagem –, um campeão de votos.
Prova disso foi ter destronado o ex-governador Confúcio Moura, do MDB, que recém havia saído da função. E despeito de toda a força política de um ex-gestor de Estado, encerrou a disputa em segundo lugar e só entrou porque duas vagas estavam à disposição para Rondônia no Senado Federal.
Foram 324,9 mil votos de Rogério contra pouco mais de duzentos e trinta mil do emedebista: diferença abissal.
E já há cinco anos atrás o jornalista dava uma guinada forte à direita, apesar do seu passado no PDT, legenda brizolista de centro-esquerda firmada sob a égide do trabalhismo.
Desde o momento que decidiu deliberadamente e de forma consciente abrir mão da própria identidade o ji-paranaense começou a "esfarelar" aos poucos.
É possível dizer sem sombra de dúvidas que como autoridade constituída o político é uma metamorfose ambulante: ruma na direção do vento.
Porém, quando decidiu apostar todas as suas fichas no bolsonarismo, sem deixar reserva, Rogério encerrou o ano passado de maneira idêntica ao seu principal alvo de adulação: derrotado. Foi à lona tanto no primeiro quanto no segundo turno.
E depois de tanta bordoada democrática, promovida via voto, saiu de cena, isto já em 2023, para cuidar de um assunto sensível e pessoal na esfera familiar.
A partir daí, entrou em “hiato” legislativo, incluindo longo período de “hibernação” cibernética.
Novos mandatários do PL em Rondônia / Reprodução
Não bastasse o “atropelo” popular, que o rechaçou veementemente sem deixar espaço para dúvidas, seus colegas de legenda trataram logo de retirar sua “coroa” no partido.
Marcos Rogério e seus dirigentes foram defenestrados das rédeas do PL e agora quem dá “as cartas” na sigla é seu colega de Câmara Alta, o pecuarista Jaime Bagattoli.
Com Bagattoli, também outros vencedores: Coronel Chrisóstomo e Sílvia Cristina, ambos deputados federais reeleitos. Em suma, o trio do êxito depôs o sujeito que se dizia orgulhoso de ser chamado de “Pit Bull” do ex-mandatário da República.
Cenário de terra arrasada.
Agora, após a pausa de quase 90 dias, Marcos Rogério ressurge num vídeo melancólico fazendo o que sobrou: continuar “arrastando asa” para o lado de Bolsonaro a fim de colher vintém junto à patota do espectro destro.
Agora, diferentemente de outrora, quando andava “colado” ao antigo morador do Palácio do Alvorada, a publicação mostra um tipo solitário, obrigado a mesclar imagens na veiculação para dar um tom de aproximação que talvez sequer exista mais.
E é lamentável perceber como se apequenou porque no fim é um representante de Rondônia. O silêncio absoluto e sepulcral impera sobre terrorismo em Brasília no dia 08 de janeiro; eleições para condução da Câmara e do Senado; deliberações da nova administração no governo federal – especialmente a política econômica de Lula, do PT; prisão de apoiadores de Messias; nada a respeito do Supremo (STF) nem de Alexandre de Mores.
Tanto tempo no modo silencioso e, quando regressa às redes sociais, o faz apenas para prestar vassalagem a Bolsonaro.
Se for assim, melhor deixar o mandato com Samuel Araújo, do PSD, que ao menos traz resultados práticos aos rondonienses com mais ações e menos conversas fiadas.
“Queimado” com a esquerda e naufragado com a direita, resta a Rogério apostar suas fichas na massa falida do bolsonarismo, que, em Rondônia, ainda é muito forte em sua pujança eletiva, e poderá – a depender da performance daqui até lá –, preservá-lo em algum mandato qualquer.
Boa sorte ao “Pit Bull”.
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