Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 15/04/2023 às 11h25
O jovem Estado de Rondônia, com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa está na contramão da economia nacional, que perdeu espaços nos últimos meses. Felizmente. O crescimento seguro no agronegócio e na produção de grãos, norteia o segmento econômico regional fomentando o setor. Rondônia também tem o menor índice de desemprego do País.
Nos últimos anos Rondônia vem aumentando a cada ano a área plantada de café, soja e milho, além da piscicultura em alta. O nosso tambaqui, por exemplo, já é conhecido no mundo pela sua qualidade e pelo sabor inigualável. Rondônia está entre os três maiores produtores de peixes do Brasil.
Na década de 90 os cafezais predominavam no Estado. Além do café, o plantio de arroz e feijão também era destaque e, em vários anos, o Estado garantiu o equilíbrio de abastecimento nacional, principalmente em feijão, devido à seca no Nordeste e geada no Sul, comprometendo as safras de os maiores produtores do Brasil. Rondônia foi o fiel da balança.
A produção de café, que era prioridade da maioria das famílias do campo perdeu espaço em 1998/99 com a saca, valendo pouco mais de R$ 20. A safra recorde da época não foi colhida devido ao preço baixo, que não pagava a mão de obra para a colheita. Na época os cafezais foram dizimados, porque não houve um incentivo do governo para colher, estocar e aguardar um preço melhor.
Um ano depois a saca já valia R$ 90, mas o campo já estava quase todo ocupado pelo gado, por isso Rondônia é, hoje, um dos mais importantes estados na produção agropecuária. A guinada do café para o gado, por exemplo, não foi acaso, mas sim, necessidade.
A realidade do Estado, hoje, é diferente, mas sempre de forma crescente com o aumento a cada ano no plantio de soja e milho, além do feijão e do arroz, que aos poucos vêm ganhando espaços e do retorno gradativo do café, porque as terras de Rondônia, além de férteis tem o clima favorável. Aqui não tem geada.
A previsão da colheita de café no Brasil este ano, está em torno de 309,9 milhões de toneladas de grãos em uma área de 76,7 milhões de hectares. Rondônia tem estimativa de colher 2,9 milhões de sacas de 60 quilos com produtividade média de 45,3 sacas por hectare.
O Estado também é bem-sucedido na produção de arroz. Em nível de Brasil a previsão é que a safra deverá decrescer 8,4%, mas em Rondônia é de crescimento em 6%.
Na produção de milho a força de Rondônia também fica evidente com o aumento da área plantada de 239,8 mil hectares na safra 2021/22 para 271,5 mil hectares para a safra atual, uma expectativa de produtividade 12,2% maior que a safra anterior.
O abate de 2 milhões de cabeças de bovinos com peso de carcaça de 545 mil toneladas de carne em 2022 representa 8,1% a mais que o mesmo período de 2021. Rondônia ocupa lugar de destaque na pecuária regional sendo o segundo da região Norte.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária de Rondônia (VBP) em 2023 está estimado em quase 21 bilhões de reais.
Rondônia está em franco desenvolvimento. Talvez seja a única –e segura– fronteira econômica do País. A perspectiva é sempre de progresso e permanente, graças ao povo trabalhador e das boas ações do governo do Estado priorizando o setor produtivo e do apoio dos demais poderes.
Hoje, falta um melhor trabalho político em nível federal. Rondônia tem três senadores, o mesmo número que os demais Estados e o Distrito Federal, mas somente oito dos 513 deputados integrantes da Câmara Federal. Se constitucionalmente não temos condições de ampliar a bancada é necessária uma maior efetividade dos nossos parlamentares, que devem juntar forças com o Acre, que também tem a mesma representatividade no Congresso Nacional, e lutarem por causas regionais emergentes. Uma delas, fundamental para o futuro regional é a BR 364, a mais importante rodovia federal de Rondônia, que interliga o Acre, via rodoviária com os demais estados.
A 364 também é fundamental para a exportação da produção agropecuária de Rondônia e de boa parte do Mato Grosso do Sul. O porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira garante exportação a custo muito inferior aos demais portos brasileiros.
Rondônia tem clima diferenciado das demais regiões. Há somente duas estações climáticas. O verão (quando pouco chove durante cerca de seis meses), e o inverno (chuvas praticamente diárias). Todos os anos em finais de invernos, como agora, boa parte da BR 364 fica esburacada, comprometendo o trânsito, favorecendo acidentes e enlutando famílias. No trecho mais movimentado com cerca de 700 quilômetros (Vilhena/Porto Velho) chamado de “Corredor da Morte” em períodos de safra transitam cerca de 2,5 mil carretas, bitrens e treminhões/dia sem contar os veículos de passeio.
A pujança e a importância agropecuária e econômica de Rondônia têm que ser mais bem exploradas pelos nossos políticos da área federal, inclusive com apoio de os colegas acrianos, além de os deputados estaduais, prefeitos e vereadores dos dois estados. Temos que ter uma BR 364 restaurada, duplicada e oferecendo condições de tráfego seguro e eficiente durante todo o ano, pois o progresso e o desenvolvimento permanentes de Rondônia continuarão por muitas décadas, devido ao seu solo fértil, clima diferenciado e povo trabalhador.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/04/rondonia-retoma-a-producao-de-cafe-de-qualidade-e-em-quantidade-,158514.shtml