Jefferson Ryan Ferreira da Silva de Sena
Publicada em 27/04/2023 às 15h32
O número sessenta e quatro surge em algumas lendas importantes: a mãe de Buda, segundo a tradição, deveria nascer de uma família com 64 espécies de qualidades; a tradição chinesa assinala que Confúcio teria tido 64 gerações desde Houang-Ti, fundador da dinastia; segundo S. Lucas, Jesus teria nascido 64 gerações depois de Adão.
O tabuleiro de Xadrez expressa o antagônico: o Bem e o Mal; a Verdade e a Falsidade; a Luz e as Trevas; o Movimento e a Inércia, o Ativo e o Passivo e tudo o que medra no piso da vida humana. Expressa o Espírito e a Matéria, unidos, mas não confundidos. É o simbolismo mais importante.
O preto representa a Matéria, o Corpo Físico, ou seja, tudo que aproxima o Homem do Animal, portanto sua Existência Irracional ou Fisiológica, exclusivamente restrita às suas funções orgânicas. o branco é o espírito, a via que tende a liberar o Homem de sua casca material, sua Existência Racional.
Os contrastes não representam, em si, um mal, pois o antagônico se torna um ponto de referência, um norte, para nosso caminhar. Nossos sentidos, por exemplo, só funcionam pelos contrastes, que definem diferenças e limites, estabelecendo a percepção. Sem contraste a uniformidade de cada elemento confundiria nossa percepção com o nada. Assim é também na Natureza, onde numerosas formas de antagonismos se harmonizam num essencial equilíbrio dinâmico.
Jefferson Ryan Ferreira da Silva de Sena, enxadrista.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/04/o-numero-sessenta-e-quatro-no-tabuleiro-de-xadrez,159434.shtml