Deutsche Welle
Publicada em 28/04/2023 às 09h39
A China acusou os Estados Unidos, nesta quinta-feira (27/4), de “aumentar as tensões” na península coreana, “minar a paz regional” e “provocar confronto” com a Coreia do Norte.
A declaração veio após o presidente americano, Joe Biden, dizer que o regime em Pyongyang enfrentaria seu “fim” se usasse armas nucleares, durante uma cúpula em Washington com o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, na quarta-feira.
“Todas as partes deveriam encarar o cerne da questão da península [coreana] e desempenhar um papel construtivo em promover uma solução pacífica”, e não “aumentar tensões deliberadamente, provocar confrontos e fazer ameaças”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.
Nessa quarta-feira (26/4), durante uma viagem de Estado de seis dias de Yoon aos EUA, Biden e o líder sul-coreano deixaram claro que, se o regime isolado da Coreia do Norte usar seu arsenal nuclear para atacar o Sul ou os EUA, a resposta será devastadora.
“O lançamento de um ataque nuclear pela Coreia do Norte contra os Estados Unidos ou seus aliados […] significaria o fim do regime norte-coreano”, afirmou Biden.
No encontro, os dois líderes ainda assinaram um acordo de cooperação militar contra a Coreia do Norte, em que se comprometem a fortalecer significativamente sua cooperação na área da defesa, diante dos insistentes testes de mísseis de Pyongyang.
O acordo permitirá que um submarino americano com armas nucleares atraque na península coreana pela primeira vez em 40 anos.
“Mentalidade de guerra fria”
Nesta quinta, Pequim condenou o anúncio, afirmando que Washington age com “mentalidade de guerra fria” e “de acordo com seus próprios interesses geopolíticos”.
Segundo a porta-voz chinesa, os EUA “ignoram a segurança regional e insistem em explorar a questão da península para criar tensão”. Além disso, “provocam um confronto entre os campos e minam o regime de não proliferação nuclear e os interesses estratégicos de outros países”.
“[As ações americanas] agravam as tensões na península, minam a paz e a estabilidade regionais e vão contra o objetivo de desnuclearizar a península”, completou Mao.
A China é o principal parceiro estratégico e comercial da Coreia do Norte, país com o qual compartilha uma fronteira de mais de 1.400 quilômetros.
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