Metrópoles
Publicada em 26/06/2023 às 14h36
Após organizar um motim armado na Rússia nesse sábado (24/6), o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigojin, declarou pela primeira vez, nesta segunda-feira (26/6), que o objetivo não era a derrubada do presidente russo, Vladimir Putin.
Em um vídeo de 11 minutos, Prigojin afirmou que a marcha em direção a Moscou revelou “problemas de segurança muito sérios”. Ele também criticou as forças militares da Rússia. Segundo ele, a invasão à Ucrânia terminaria “muito mais cedo” caso atuassem com a mesma eficácia do grupo Wagner.
Durante o pronunciamento gravado, Prigojin declarou que a marcha era apenas um protesto para “não permitir a destruição do grupo Wagner”. O líder dos mercenários garantiu que em momento algum houve o intuito de “derrubar o país”.
Prigojin disse que o protesto era contra uma medida do Ministério da Defesa. A pasta suspostamente queria forçar os mercenários do Wagner a assinar contratos com o governo. Essa medida, conforme ele, interromperia as atividades do grupo a partir de 1º de julho.
Ainda segundo o líder, o grupo lamenta ter precisado “atingir a aviação russa” e recuou as tropas “para evitar o derramamento de sangue de soldados russos”.
Mesmo com a recuada, Prigojin continua a criticar duramente as forças armadas russas. Ele alega que os mercenários do Wagner conseguiriam bloquear “todas as unidades militares” do país e os aeródromos pelo caminho.
Para Prigojin, caso os mercenários do Wagner tivessem realizado o primeiro ataque no ano passado – primeira investida das forças russas em fevereiro de 2022 –, “a operação militar especial na Ucrânia” teria acabado “muito mais cedo”.
O líder do Wagner disse que o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, desempenhou papel fundamental ao mediar as negociações entre os mercenários e o Kremlin.
Neste domingo (25/6), Putin comemorou a “vitória” da Rússia sobre a invasão ao território ucraniano durante entrevista para televisão estatal do país. Mas, até agora, o presidente da Rússia não se pronunciou sobre o “motim” do grupo de mercenários.
Sendo um dos homens mais ricos e influentes da Rússia, Yevgeny Prigojin alegou que os militares russos atacaram os mercenários do grupo Wagner, na sexta-feira (26/6), e prometeu retaliação contra o comando militar russo. No entanto, não há evidências de que as acusações do líder sejam reais.
Entenda o que é o grupo Wagner?
Fundado em 2014, o grupo Wagner é um grupo de paramilitares que atua em guerras ao redor do mundo. Ele está presente na península ucraniana da Crimeira e chegou a ajudar forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região.
Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, o governo russo contou com a ajuda do grupo de mercenários para avançar nas batalhas contra o exército de Volodymyr Zelensky, como nos embates das cidades de Bakhmut e Soledar.
Acredita-se que o grupo paramilitar seja composto principalmente por ex-soldados de elite do exército russo, além de prisioneiros e civis do país de Putin. Estima-se que o grupo Wagner tenha cerca de 25 mil soldados lutando na Ucrânia.
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