Rondoniadinamica
Publicada em 10/07/2023 às 11h50
Porto Velho, RO – Uma simples tarde de domingo fazendo compras com o marido numa grande rede de supermercados em Porto Velho se tornou uma saga de constrangimento e humilhação vivenciada pela jovem Maria Rita.
Maria, reconhecida na esfera social pela militância na área de direitos humanos, uma das inúmeras expoentes da juventude política regional, se viu obrigada a denunciar possíveis condutas ilícitas praticadas desta vez contra ela.
No Boletim de Ocorrência (BO) registrado junto à 3ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Velho já nesta segunda-feira, 10, ela relata perseguição por parte de um segurança do empreendimento, isto a partir do momento que se separou momentaneamente do companheiro, já no caixa, a fim de buscar um brinquedo para o filho.
O primeiro sujeito teria chamado outro membro da segurança do estabelecimento comercial por rádio com a finalidade de estreitar ainda mais a vigilância em sua direção.
Cansada dos olhares desconfiados e da postura insinuante, voltou-se ao primeiro funcionário questionando-o sobre o porquê da empreitada.
O tipo então teria confirmado que, sim, a estava perseguindo, e, de maneira raivosa, alegou que Maria Rita estava “falando merda”.
Ela acionou a Polícia Militar (PM/RO) e também solicitou uma conversa com a gerência do supermercado, mas não obteve êxito.
“Nós fomos ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando. O nosso filho tá bem debilitado em casa e a gente foi com a idade comprar frutas, legumes. Chegamos lá, escolhemos, fomos até o caixa, né? E aí na hora de pagar, eu lembrei que tinha a seção de brinquedos lá no mercado. Como meu filho está bastante debilitado em casa, queria levar alguma coisa para entretê-lo. Então falei ‘amor, fica aqui que eu vou lá ver se tem algo interessante para o [nome do filho]”.
“Porque ainda tem isso, né?, o [nome do filho] é autista então não é qualquer brinquedo que serve pra ele.
Aí eu fui lá, achei, fiquei com um [brinquedo] na mão aí. Então meu marido ficou naquele momento lá no caixa, mas a partir do momento que eu fui ali para a seção [de brinquedos] já comecei a ser vigiada desde de a minha ida para lá, né? Da saída do caixa pra ir pra lá. Aí ele foi até a ‘esquina’, me vigiou, me vigiou, aí depois voltou em segundo momento. Depois mandou um rapaz ir até mim. E depois ficou me observando por uma divisória de vidro. Aí eu fui até meu marido, falei para ele: ‘amor, acho que estão me vigiando’. Aí ele me respondeu: ‘Vamos passar aqui as compras depois a gente volta para ver a questão do brinquedo do neném’. Aí a gente foi, pagou e voltamos para comprar o presente, né? Porque tinha um brinquedo que era interessante lá para o [nome do filho]. Aí quando a gente voltou meu marido percebeu que ele [segurança] veio seguindo a gente, né? Aí eu o questionei. ‘O que tá acontecendo? Eu agi como suspeita em algum momento? Porque o senhor está me vigiando. O senhor está me olhando há muito tempo’. E isso com o maior respeito, com toda a educação que eu tenho.
Ele então alterou o tom de voz: ‘E daí? Estou olhando mesmo para de falar merda!’. Virou as costas e saiu”.
A ideia de Maria Rita era evitar a repercussão do caso; por isso, tentou resolver administrativamente com os gestores do comércio, e, despeito disso, não conseguiu.
“Como não consegui falar com quem quer que seja, chamei a viatura para que respondessem, sim, pelo crime cometido contra mim. Eles me constrangeram perante as pessoas. Me senti muito humilhada diante daquela situação”.
“Gerente surgiu num passe de mágicas”
A vítima continuou o relatando dizendo que, após a chegada da PM/RO ao local, “um gerente surgiu como num passe de mágicas”.
Porém, não quis apaziguar nem reconhecer o erro da instituição. Segundo Maria Rita, ele viu as filmagens e disse que o segurança estaria, na verdade, observando uma outra mulher”.
“Ele não quis resolver. Pelo contrário, pediu meu nome para registrar um Boletim de Ocorrência contra mim. Faremos a queixa-crime e iremos buscar nossos direitos tanto na esfera cível quanto na criminal”, encerrou.
Repercussão nas redes sociais
Só no Instragram, seu desabafo já ultrapassa a marca de 72,0 mil visualizações só no Instagram, somando apernas dos vídeos em seu perfil pessoal, @martiaritarondonia, e o @noticiasportovelho, onde o caso ganhou maior repercussão. A págtina HumorEmPvh (@HumorEmPVH) fez troça com a situação, mas, de quebra, acabou trazendo na veiculação inúmeras pessoas que passaram por casos semelhantes no supermercado. Clique aqui e veja a postagem.
O Rondônia Dinâmica tentou contato com a empresa citada na reportagem, mas, até o fechamento, não obteve retorno.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/07/cliente-alega-perseguicao-por-segurancas-em-supermercado-da-capital-e-vai-acionar-empresa-civel-e-criminalmente,165442.shtml