Rondoniadinamica
Publicada em 15/07/2023 às 09h34
Porto Velho, RO – As próximas eleições municipais ocorrerão em pouco mais de um ano. Logo, pessoas, partidos e grupos se arregimentam a fim de preservarem as rédeas do poder vigente ou toma-las à base do voto.
Em suma, a vantagem, como sempre versou o Rondônia Dinâmica em seus editoriais, está nas mãos de quem pleiteia a reeleição. Raras as vezes o mandatário do jogo consegue a proeza de perder a bola no meio do caminho, como, por exemplo, Mauro Nazif, do PSB, eleito em 2012 e destronado quatro anos depois pelo ex-tucano Hildon Chaves, hoje no União Brasil e ainda chefe do Executivo na Capital.
Lado outro, o cenário começa a se tornar frutífero para opositores, vez que 2023 torna-se, cada vez mais, o ano das operações policiais cidades afora.
Em última instância, no melhor dos melhores cenários – quase impossíveis de se insculpirem na realidade –, se todos os envolvidos forem absolvidos e inocentados, não adianta espernear eleitoralmente falando porque o estrago político já está feito.
A Porto Velho (Operação Outliers) de Chaves, que inclusive se adiantou para falar a respeito; Candeias do Jamari (Operação Articulata) do afastado Valteir Queiroz, do Patriota; Cacoal (Operação Aponya) do Adaílton Fúria, do PSD; e a Ji-Paraná (Operação Horizonte de Eventos) do também temporariamente apartado das funções Isaú Fonseca, do MDB, são situações diferentes, mas confluem no debate específico acerca das sucessões.
Porto Velho e Cacoal são situações relacionadas a servidores públicos: desde logo os respectivos administradores se colocaram à disposição das autoridades e da imprensa a fim de deixar claro às respectivas populações de suas cidades as consequências das incursões vivenciadas nos municípios.
Hildon, para se ter ideia, exonerou rapidamente os funcionários públicos apontados como corruptos pela Polícia Civil (PC/RO). “Não compactuamos com absolutamente nada de errado”, disse à ocasião.
Fúria, por sua vez, também declarou que se comprovada a participação dos agentes públicos nos crimes apontados pela investigação também irá desligá-los dos quadros de pessoal na gestão municipal.
Já Candeias e Ji-Paraná são situações muito mais próximas de um possível “batom na cueca”, pelo menos é o que evisceram as instituições de fiscalização e controle até o momento.
Lembrando, mais uma vez, que todos os envolvidos, direta ou indiretamente, gestores ou não, têm direito ao contraditório e à ampla defesa.
Agora, como mencionado anteriormente nesta opinião, todos os prismas rumam ao mesmo norte quando o assunto é urna: até descobrirem que focinho de porco não é tomada, o baque eletivo já foi sofrido. E toda a sorte de adversários de toda essa turba prepara o terreno de antemão a fim de usar informações e dados expostos na mídia para evitar reconduções ou perpetuação de grupos políticos no poder. Não se engane, alcaides envolvidos ou não, todos serão expostos, na hora exata, e terão de responder questões a respeito dessas diligências mais cedo ou mais tarde. Os que fizeram algo para contribuir com as autoridades estarão em franca vantagem; já os que só se defenderam, bem, terão de se preparar muito melhor na hora do enquadramento realizado pelos opositores em debates e programas eleitorais.
Se 2024 há havia começado muito antes, agora é que esquentou de vez com esse número cada vez mais massivo de operações policiais.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/07/operacoes-policiais-em-porto-velho-ji-parana-candeias-do-jamari-e-cacoal-podem-afetar-eleicoes-de-2024,165964.shtml