Waldir Costa
Publicada em 02/08/2023 às 08h20
Reunião das mais concorridas da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Alero) na manhã desta terça-feira, (1º), na abertura do segundo semestre dos trabalhos legislativos de 2023. Participaram dos debates, comandados pela presidente da comissão, Cláudia de Jesus (PT), o secretário de Estado da Saúde (Sesau), Jefferson Rocha e o presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Robinson Machado como convidados, para discutir a situação do setor envolvendo regulação, cirurgias eletivas, contratação de médicos e de hospitais públicos do Estado dentro outros assuntos ligadas a complexa área.
Além da participação efetiva dos deputados membros da comissão e também de convidados, o auditório do plenarinho 1 esteve lotado durante as mais de duas horas de debates e sugestões relacionadas a saúde pública do Estado. Os deputados tiveram a oportunidade de elaborar perguntas ao secretário, mas antes o presidente do CES, Robinson, fez uma explanação simples, mas objetiva das ações do Conselho buscando a melhoria da saúde pública em Rondônia.
Segundo Robinson Machado, o CES trabalha na fiscalização, mas também ajuda a planejar o setor visando o aprimoramento da saúde. A terceirização ampla, para ele não pode ser priorizada, “pois não apresenta resultados positivos para a população”.
Um dos caminhos mais curtos e seguros para organizar a saúde no Estado é a realização de concurso público. Concursada a pessoa se fixa em Rondônia, além de trazer outros profissionais do segmento. As contratações temporárias, resolvem situações, momentâneas, mas não a longo prazo, por isso os serviços não melhoram.
A implantação de um Hospital Regional em Ji-Paraná foi questionada por Robinson. “Como ficaria o atendimento Macro?”. Sobre o Hospital Regional de Guajará-Mirim reconheceu que o povo sofre muito, porque nunca é concluído e que na Ponta do Abunã, o problema não é o hospital, que não atende às necessidades da região, mas a interferência do “ponto eletrônico”.
O secretário Jefferson Rocha explicou, que a situação do ponto eletrônico em Extrema está sendo solucionada com a adaptação de horário. Boa parte de os profissionais trabalha em Rondônia e no Acre. A proposta de 36 horas, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) deverá resolver o problema, pois os profissionais poderão organizar um calendário e ajustar as horas de trabalho.
Um dos graves problemas na saúde pública de Rondônia é excesso de acidentes de trânsito em Porto Velho. Segundo dados recentes ocorrem cerca de 50 acidentes envolvendo veículos, a maioria motocicletas, por dia. Como Porto Velho não tem Pronto Socorro municipal, toda a demanda fica com o PS João Paulo II, que está constantemente lotado comprometendo o atendimento.
Os trabalhos de prevenção de acidentes, com viaturas e policiais em cruzamentos que apresentam maior número de acidentes, como foi feito no Carnaval, com sucesso, será aplicado novamente na capital. “Durante o Carnaval conseguimos reduzir os acidentes em 60%”, afirmou Jefferson.
Outra maneira e fixar o profissional de saúde, mais os médicos é, além de o salário pagar gratificação a participantes de plantões mais distantes. A tabela do SUS, segundo Jefferson, que esteve em Brasília recentemente, será refeita, melhorando a remuneração dos profissionais.
Sobre o Hospital Regional de Guajará-Mirim, o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), que organiza o certame informou que duas empresas estão dentro das qualificações da licitação e que até a homologação de uma deverá ocorrer nos próximos dias. Há mais de uma década que o hospital está em construção.
O Hospital Heuro de Porto Velho está em fase de conclusão. Quem passa pelo local não nota muita movimentação, porque a fase implantação das estacas e sapatas. Somente estacas são 1.100. O Regional de Cacoal receberá climatização nos corredores, o Hospital de Base de Porto Velho está passando por restruturação.
No encerramento dos trabalhos, a deputada Cláudia disse que o debate com o secretário Jefferson “não é o primeiro”, que os assuntos são os mesmos, mas que ela não observa progresso, pois a saúde pública de Rondônia “precisa de solução, porque envolve vidas”. O povo simples, humilde, passa por situação de calamidade pública.
As ações de emergência, “só apagam o fogo”. A deputada alertou, de a necessidade de construir um Hospital Regional em Ji-Paraná, mas o problema é geral e não estamos cumprindo o nosso dever”.
Os deputados Luizinho Goebel (PSC), Cássio Góes (PSD), delegado Rodrigo Camargo (Republicanos), Taissa Sousa (PSC), Pedro Fernandes (PTB), Alam Queiroz (Podemos), Ismael Crispin (PSB) também participaram da concorrida reunião da Comissão de Saúde da Alero.
Foto: Rafael Oliveira
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