Metrópoles
Publicada em 03/08/2023 às 14h37
Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, publicaram, nesta quinta (3/8), um estudo que comprova a segurança, tolerabilidade e eficácia de um novo coquetel contra o HIV para pacientes pediátricos. A pesquisa, divulgada na revista The Lancet HIV, significa um grande avanço no tratamento de crianças com o vírus da aids.
O remédio é um tablete que contém três medicações: dolutegravir, abacavir e lamivudine. Os pesquisadores testaram o produto em 57 crianças em cinco países: 54 delas usaram o tablete por 24 semanas, e em 98% dos participantes, a quantidade de HIV no sangue continuou suprimida para uma quantidade menor que 200 cópias por mL ao final do período.
“Essa é a primeira combinação de dose única fixa contendo dolutegravir que pode ser usada para crianças entre 6 kg e 40 quilos. Historicamente, o tratamento para HIV em crianças tem sido complicado, já que exige o uso de vários tabletes e líquidos que nem sempre têm um gosto aceitável, então podem ser complicados de administrar”, explica a professora Kristina Brooks, uma das autoras do estudo, ao site da universidade.
Hoje, existem cerca de 2 milhões de crianças vivendo com HIV no mundo inteiro, mas apenas 52% estão sendo tratadas — apesar de representarem apenas 4% da população com o vírus, 15% de todas as mortes relacionadas à aids no planeta acontecem em crianças.
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida Getty Images
Para a cientista, o novo remédio pode facilitar a adesão ao tratamento, melhorando o prognóstico dos pacientes e ajudando os responsáveis na administração dos medicamentos. O estudo continua acompanhando algumas das crianças para analisar os resultados após um ano.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/08/novo-coquetel-contra-o-hiv-e-seguro-para-criancas-diz-estudo,167591.shtml