Rondoniadinamica
Publicada em 03/08/2023 às 16h07
Porto Velho, RO – O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou dados que apontam uma diminuição significativa no desmatamento da Amazônia no primeiro semestre de 2023. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, a área desmatada no período foi de 1.903 km², representando uma redução de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em Rondônia, a diminuição é de 70%.
Apesar da notícia positiva, é importante destacar que a área destruída nos primeiros seis meses de 2023 foi a sexta maior desde que o monitoramento começou, em 2008. A Amazônia perdeu um território florestal quase duas vezes maior do que Belém apenas no primeiro semestre deste ano, equivalendo a mais de mil campos de futebol desmatados por dia.
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O mês de junho foi especialmente promissor, com uma queda de 75% no desmatamento em comparação com junho de 2022, totalizando 361 km² desmatados. Esse foi o segundo mês com a maior redução na devastação em 2023, ficando atrás apenas de maio, que registrou uma diminuição de 77%. Além disso, a devastação observada em junho foi a menor em 10 anos, desde 2014.
Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, ressalta que os resultados positivos indicam que a política ambiental adotada pelo Brasil está surtindo efeito. Ela enfatiza a importância de manter essa política e continuar reduzindo o desmatamento para que o país alcance suas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa, especialmente considerando que a maior parte das emissões brasileiras em 2021 se originou do setor de mudança no uso da terra, principalmente por causa do desmatamento na Amazônia.
Em relação aos estados que compõem a Amazônia Legal, Roraima foi o único a apresentar um aumento no desmatamento, com uma alta de 51% entre janeiro e junho de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A derrubada passou de 74 km² para 112 km². O assentamento PAD Anauá foi o segundo assentamento mais desmatado em toda a Amazônia no primeiro semestre deste ano, perdendo uma área de 17 km² de floresta, equivalente a 1,7 mil campos de futebol. Larissa Amorim destaca que a maior parte do desmatamento em Roraima ocorreu em áreas de assentamento e propriedades privadas.
Apesar das quedas significativas no desmatamento, Mato Grosso, Amazonas e Pará continuam liderando a lista dos estados com as maiores áreas desmatadas na Amazônia. De janeiro a junho, Mato Grosso desmatou 580 km², Amazonas 475 km² e Pará 427 km², representando 30%, 25% e 22% do total desmatado na região, respectivamente. Juntos, esses três estados foram responsáveis por 77% da área florestal destruída nos nove estados da Amazônia Legal.
A pesquisadora do Imazon destaca que o desmatamento no Mato Grosso está concentrado principalmente na metade norte do estado, com municípios como Feliz Natal e Colniza liderando as estatísticas de desmatamento. Duas áreas protegidas, o território Piripkura e a Resex Guariba-Roosevelt, também foram fortemente impactadas pelo desmatamento.
Os dados do Imazon reforçam a importância contínua de medidas para conter o desmatamento na Amazônia e preservar a rica biodiversidade e os serviços ecossistêmicos fornecidos por essa região crucial para o meio ambiente e o clima global.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/08/desmatamento-em-rondonia-tem-queda-de-70-no-primeiro-semestre-de-2023-de-acordo-com-o-imazon,167608.shtml