Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 12/08/2023 às 10h00
A visita dos ministros Márcio França e Renan Filho, de Portos e Aeroportos, e do Transportes, respectivamente a Rondônia, esta semana, foi muito bom para o Estado principalmente no que se refere a BR 364, rodovia federal da maior importância para a economia regional e também do País. O ministro Renan Filho assinou a Ordem de Serviço da duplicação do trecho (cerca de dois quilômetros), que corta a cidade de Itapuã do Oeste e se comprometeu a elaborar o projeto para duplicação da 364, um sonho de décadas.
A BR 364 foi construída na década de 80, quando nossas jamantas transportavam no máximo 15 toneladas de carga. Hoje as carretas, bitrens e treminhões chegam a transportar 60 toneladas. O alicerce de 40 anos atrás não tem condições de suportar a demanda atual.
O tráfego também é bem diferente nos dias de hoje. A média/dia de veículos pesados em períodos de safra de grãos (soja, milho, café) é de 2,5 mil, devido ao porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira, que leva para o exterior boa parte da produção de Rondônia e de também do Mato Grosso, além da carne, pois o Estado está, hoje, entre os cinco maiores produtores do País.
O RONDÔNIA DINÂMICA sempre cobrou do Dnit (e dos políticos) a restauração da 364, não somente os tapa-buracos de todos os anos, que amenizam por um período, mas quando chagam as chuvas tudo volta a ser igual ou pior, que nos anos anteriores. Rondônia é um Estado diferenciado, assim como os demais da Amazônia Legal e tem somente dois períodos climáticos. O verão, quando durante seis meses pouco chove e o inverno com meses de chuvas diárias, por isso exige atenção especial dos nossos governantes. Mas não é isso que ocorre.
As cobranças do RD e da maioria de a população de Rondônia, não se limitam ao Dnit e Governo Federal, mas também aos políticos, os congressistas (Senado e Câmara Federal). Os constantes tapa-buracos da 364, que ocorrem todos os anos no período de verão amazônico só resolvem a situação das empreiteiras e de políticos aproveitadores. Estamos constantemente alertando para o elevado número de acidentes na 364, devido a buracos na pista, sinalização deficiente e até de fiscalização mais ativa, não para multar, punir, faturar para os cofres públicos, mas para se evitar mortes, organizar, controlar o tráfego pesado, pois o trecho de 700 quilômetros de Porto Velho a Vilhena é chamado de “Corredor da Morte”. E não é por acaso.
A decisão do ministro Renan de autorizar a duplicação do trecho em Itapuã do Oeste não foi para toda a BR. Ele liberou a elaboração de um projeto de duplicação, que normalmente pode demorar um ano para ser concluído. Por isso a participação dos políticos da área federal (senadores e deputados) no desenvolvimento do projeto é fundamental, pois dificilmente teremos a duplicação da 364 no próximo ano, porque o Orçamento Brasil para 2024 deverá ser concluído até o recesso parlamentar em dezembro próximo. E será uma tarefa hercúlea concluir o projeto, antes da votação do Orçamento 2024.
Muitos políticos fizeram festa com o anúncio do ministro Renan com relação a BR 364. Vários estão confundindo Ordem de Serviço da duplicação dos dois quilômetros de Itapuã do Oeste com a liberação do projeto (de duplicação da rodovia). Nada a ver...
O importante na visita do ministro Renan Filho é que o Governo Federal está disposto a apoiar a necessidade de a duplicação da BR 364 nos 700 quilômetros de Porto Velho a Vilhena, sem dúvida a mais importante decisão na sua visita a Rondônia, que não seria somente para liberar a OS para duplicar os dois quilômetros da rodovia em Itapuã do Oeste. O primeiro passo foi dado, resta aos políticos federais, governador Marcos Rocha UB), deputados estaduais, prefeitos, vereadores e autoridades constituídas cobrarem a elaboração do projeto de duplicação, inclusive, sobre a possiblidade de inclusão no Orçamento 2024 e início da obra no próximo ano.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/08/quatro-decadas-depois-ministro-autoriza-projeto-para-duplicar-br-364-em-rondonia,168379.shtml