Metrópoles
Publicada em 28/08/2023 às 09h14
Dias antes do retorno da temporada escolar, o ministro da Educação da França, Gabriel Attal, anunciou, no domingo (27/8), que o uso de abaya — vestimenta que cobre todo o corpo da mulher, exceto o rosto, pés e mãos — será proibido nas escolas públicas do país. O manto é comumente usado por algumas mulheres muçulmanas.
“A abaya não pode mais ser usada na escola”, disse em entrevista ao canal de TV TF1. “Quando você entra em uma sala de aula, você não deveria ser capaz de identificar a religião de um aluno só de olhar para ele”, completou Attal.
Gabriel Attal foi nomeado à pasta da Educação em julho. O ministro afirmou que, antes de impôr novas “regras nacionais claras” para as escolas, ele iria liderar debates sobre o assunto.
No entanto, essa não é a primeira medida contra manifestações religiosas nas escolas. Em 2004, a França baniu o uso de lenços na cabeça nas escolas. Em 2010 aprovou a proibição do uso em público de véus que cobrem o rosto inteiro.
O país impôs uma proibição estrita de sinais religiosos nas escolas públicas desde que as leis do século XIX eliminaram a influência católica no ensino. Atualmente, a comunidade mulçumana na França é composta por cerca de 5 milhões de pessoas.
No mês passado, a presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, pediu por uma “escola pública totalmente secular” onde não tenha “ramadã, nem abaya, nem sinais religiosos ostentosos”.
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