Eranildo Costa Luna
Publicada em 29/08/2023 às 12h12
Rondônia é uma terra de oportunidades. E segue atraindo muitos brasileiros de todas as regiões. E Porto Velho é um dos locais que sempre acolheu os migrantes que buscam novos horizontes, especialmente com a sua expansão no setor produtivo.
"Rondônia é uma terra de oportunidades e a nossa capital segue de portas abertas para quem quer produzir, empreender e trabalhar. E o nosso setor produtivo está em franca expansão, seja no café, seja na soja, na pecuária e aqui no entorno da capital temos a produção de hortigranjeiros e também de frutas, mostrando que temos um solo que permite produzir e a Prefeitura tem contribuído nesse sentido", destacou o prefeito Hildon Chaves.
A produção atual na propriedade é, em média, de 40 toneladas por hectare
É o caso do mineiro Gustavo Gonçalves, de 30 anos, que deixou São João da Ponte, no norte de Minas Gerais, já na divisa com a Bahia, há quatro anos, e apostou na produção no entorno da capital, na região conhecida como Setor Chacareiro. Técnico agrícola e engenheiro agrônomo, ele juntou as poucas economias e veio, recém-formado, tentar a sorte nas Terras de Rondon, como muitos já fizeram.
Inicialmente, trabalhou em lavouras em parcerias, pegando experiência no cultivo em Rondônia, que possui terra e clima diferentes de sua Minas Gerais. Ele depositou as fichas no plantio de melancia, conhecimento que já trazia. Mas, o começo não foi nada fácil.
"Não dava muita coisa nas primeiras tentativas, tive que ir experimentando variedades, espaçamento, correção do solo, adubação e outras ações importantes para uma boa produção. Produzia 15 toneladas de melancia por hectare. Mas seguimos tentando e quatro anos depois, estamos com uma média de 40 toneladas por hectare, aliando o conhecimento técnico com a experiência de campo. É uma produção muito boa", relata orgulhoso.
Os meses de muito sol favorecem o plantio, o que e deixa a fruta mais doce
Com mais dois amigos, ele arrendou há três meses uma área com 38 hectares, no ramal 21 de Abril. "Já plantamos cinco hectares de milho, 12 hectares de melancia, na variedade Manchester, além de um pedaço com melão e estamos testando o mamão. Tudo irrigado. A meta é ampliar a área de cultivo e botar culturas como banana, coco e outras frutas. É desafiador cultivar aqui na Amazônia, mas não temos medo e vemos os bons resultados, o que nos anima a seguir lutando", afirmou.
E para dar conta de tanto trabalho, eles contam com quatro ajudantes. "A falta de mão de obra é um problema sério. Por isso, começamos cedinho no trabalho, antes de o sol nascer. A escolha de plantar no entorno de Porto Velho foi pela proximidade do mercado consumidor, que é muito grande, e pela boa estrada que temos aqui no ramal 21, que foi patrolado e cascalhado pela Prefeitura de Porto Velho. Isso facilita muito e é uma das maiores necessidades de quem produz: boa estrada para escoar a produção".
Enquanto mostra orgulhoso a sua plantação, ele atende ligações de mercados e feirantes, querendo mais melancia. "Aqui temos muito sol, o que deixa o fruto muito doce e o ciclo de colheita é de 75 dias, e cuidamos para uma boa qualidade do nosso produto. Temos muito mercado e por isso vamos expandir a plantação, pois no período de inverno intenso, ainda não temos condições de cultivar a melancia, pois o solo encharca. A solução seria uma estufa, mas encarece demais o produto".
Um dos desafios é garantir a correção do solo, com a aplicação do calcário
A Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Semagric), tem atuado para garantir as estradas rurais em boas condições de trafegabilidade e também oferecendo assistência técnica de forma pontual e esporádica.
O engenheiro agrônomo da Semagric, Romildo Botelho, destaca que a diversificação da produção no setor chacareiro, no entorno da sede do município, mostra que Porto Velho tem muita capacidade produtiva. "A região tem crescido, a Prefeitura investiu na melhoria das estradas e o mercado consumidor grande, demanda produto. É desafiador, mas é lucrativo", completou.
Um dos desafios é garantir a correção do solo, com a aplicação do calcário, minério que corrige a acidez do solo, muito presente na região. Hoje, o que encarece é o frete, em razão de as usinas de calcário ficarem no interior, em municípios distantes da capital. "Mas não vamos deixar de apostar, de acreditar em Porto Velho como um polo de produção de frutas e de alimento. Estamos num começo muito bom, que vai nos levar ainda muito longe, meu sonho é ter minha própria terrinha e ainda vou celebrar essa conquista, pois trabalhamos muito para isso", finalizou.
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