Noticia ao Minuto - Portugal
Publicada em 08/09/2023 às 09h58
Em um relatório divulgado hoje em Genebra, Suíça, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou que 30 a 50 por cento dos cerca de 5,9 milhões de refugiados ucranianos em toda a Europa são crianças.
"Apenas cerca da metade estava matriculada em escolas nos países de acolhimento para o ano letivo de 2022-2023", afirmou o porta-voz do ACNUR, William Spindler.
Barreiras administrativas, jurídicas e linguísticas estão entre os fatores que contribuem para as baixas taxas de matrícula das crianças refugiadas, segundo o ACNUR.
A falta de informação sobre opções de ensino disponíveis, a hesitação dos pais em matricular os filhos por esperarem retornar em breve à Ucrânia e a incerteza quanto a uma eventual reintegração no sistema educativo ucraniano são outros fatores.
"Outro grande obstáculo é a falta de capacidade das escolas nos países de acolhimento", disse o ACNUR em comunicado.
A agência da ONU teme que, se não forem tomadas medidas urgentes, centenas de milhares de crianças refugiadas ucranianas continuem sem acesso à educação este ano.
O ACNUR recomendou, portanto, promover a inclusão de crianças e jovens refugiados nos sistemas educacionais nacionais europeus e aumentar a capacidade das escolas.
Também recomendou que os pais recebam informações detalhadas sobre as opções de ensino e conexões com o sistema educativo ucraniano, além de disponibilizar opções educacionais para os refugiados.
"Com a atual guerra em grande escala na Ucrânia, são necessários grandes esforços para evitar danos a longo prazo na aprendizagem, no potencial e nas perspectivas das crianças", defendeu o ACNUR.
Na Ucrânia, a interrupção da educação "continua sendo um problema importante, com cerca de cinco milhões de pessoas deslocadas internamente e escolas, entre outras infraestruturas civis críticas, destruídas", acrescentou.
Apesar da guerra em curso, as autoridades ucranianas iniciaram o ano letivo em 1º de setembro, oferecendo aulas presenciais, à distância ou em formato híbrido para quase quatro milhões de alunos.
Em grandes cidades, foram construídos abrigos subterrâneos para permitir que os professores continuem as aulas em caso de alertas aéreos de possíveis bombardeios.
Segundo o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Iermak, 3.750 escolas foram destruídas "por mísseis e bombas russas" desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2023/09/criancas-refugiadas-ucranianas-enfrentam-obstaculos-educacionais-devido-a-guerra,170599.shtml