Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 21/09/2023 às 15h46
O anúncio da licitação da ponte ligando o Brasil a Bolívia (Guajará-Mirim-Guayaramerin), em Rondônia, que deveria ocorrer este ano foi suspensa. O diretor-geral substituto do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Fabrício Galvão, disse que o projeto da ponte foi feito em 2014 e precisa ser atualizado.
Desde 1903, quando do Tratado de Petrópolis, quando foram definidos os limites territoriais entre Brasil e Bolívia, que existe mobilização para construção da ponte, sobre o rio Mamoré, ligando os dois países.
No segundo mandato (2007-2010) do presidente Lula da Silva (PT), a possibilidade da construção da ligação foi retomada. Apesar de enorme badalação dos políticos, como ocorre normalmente, o projeto não saiu do papel. Ficou somente na proposta.
Em agosto último políticos de Rondônia anunciaram a quatro cantos, que a licitação foi autorizada e, finalmente, a esperada ponte seria construída. Espaços na mídia regional foram disputados ferrenhamente, com cada qual assumindo ser o “pai da criança”.
Ledo engano.
O carro-pipa de água fria na fogueira veio em recente reunião da Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados e o sonho foi desfeito. A decisão foi que o projeto de 2014 e 2014 estaria defasado e que será necessário um novo, com a marca do novo governo.
Na época o custo estimado para a obra girava em torno de R$ 135 milhões, mas hoje não ficaria por menos de R$ 300 milhões. Certamente, após a suspensão da licitação e programação de um novo prazo, que dificilmente ocorrerá esse ano, como se ventila, o custo estará muito acima dos R$ 300 milhões.
No Dnit as informações são que o órgão “espera incluir o projeto em um pacote de infraestrutura previsto pelo atual governo”. Os tempos são outros.
Na visita a Rondônia no início de agosto, o ministro dos Transportes Renan Filho, para inaugurar o porto fluvial em Guajará-Mirim, ele foi bastante objetivo quando questionado sobre a construção da ponte ligando Brasil-Bolívia. "Nós estamos com o projeto 100% pronto. Hoje, na cúpula da Amazônia, ele [Presidente Lula] vai ter uma reunião bilateral com o presidente boliviano e certamente, tratarão da construção dessa ponte", revelou.
Quase um mês depois vem a informação, que o projeto foi suspenso e certamente não será concluído, ou refeito, pois o ministro disse, que estava pronto. A travessia terrestre com uma ponte ligando Guajará-Mirim a Guayaramerin é assunto que levará mais alguns anos.
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