RondôniaDinâmica
Publicada em 23/09/2023 às 10h46
O rebanho bovino de Rondônia estimado em cerca de 17,6 milhões de cabeças e a produção de grãos (soja, milho, café) cresce a cada ano. A queda no preço da arroba do boi despencou de R$ 290 para R$ 180 em relação ao mesmo período de 2022. Hoje a situação do gado de corte é preocupante, pois a economia do Estado está alicerçada no agronegócio.
A previsão da safra de soja no Estado para este ano está em torno de 1,7 milhão de toneladas com previsão de plantio de 500 mil hectares. A produção de café subiu em 11% em relação ao ano anterior. A expectativa é de crescimento em todos os setores do agronegócio nos próximos anos, porque em Rondônia o clima favorece, pois não tem geadas e favorece o cultivo das lavouras.
A mobilização política visando conscientizar o Governo Federal, sobre a situação difícil do agronegócio no Estado teve início e vem crescendo. Na última semana o deputado estadual Laerte Gomes (PSD/Ji-Paraná), líder do governo na Assembleia Legislativa (Ale), esteve em Brasília mantendo contato com a bancada federal, debatendo a situação com senadores e deputados.
A preocupação de Laerte é pertinente, pois produtores rurais que conseguiram financiamentos estão tendo muitas dificuldades, para poder pagar as parcelas e sem perspectivas de um futuro melhor. Pequenos e médios produtores, principalmente, os que obtiveram empréstimos do Pronaf, Pronamp, FNO e FNE estão enfrentando dificuldades para pagar as parcelas, pois a carência para pagamento está se aproximando e não há opções seguras para a quitação.
É necessário que nossos políticos – pois a questão é essencialmente política– e não somente a Bancada Federal, mas deputados estaduais, prefeitos, vereadores, sindicalistas, associações de produtores rurais se unam em busca de solução. Uma delas a prorrogação dos prazos de vencimentos, pois devido à crise, não há como os compromissos serem cumpridos dentro do que foi formatado entre as partes.
A mobilização deve ser direcionada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Fazenda, Governo Federal e Congresso Nacional. É fundamental uma ação política imediata, pois tem muito a ver com o futuro econômico social e financeiro de Rondônia.
O Mato Grosso, Estado maior produtor de gado do Brasil (34,2 milhões de cabeças) desde agosto já vem se mobilizando. O Sindicato Rural de Campo Grande convocou os produtores rurais para reunião com o objetivo de discutir a situação das dívidas contraídas, visando encontrar o caminho para uma renegociação, sob pena de crise aguda no setor.
Hoje a situação mais delicada é dos agropecuaristas, mas no futuro próximo também atingirá os produtores de grãos, que também têm problemas de financiamentos e necessitam de renegociação. Renegociar as dívidas dos agricultores é fundamental.
Nossos políticos também não podem abrir mão de gestionar a restauração e duplicação da BR 364, no trecho Porto Velho a Vilhena, com cerca de 700 quilômetros. É pelo porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira, que é exportada a maior parte da produção de soja e milho de Rondônia, e de boa parte do Mato Grosso, além da carne de gado.
A mais importante rodovia federal de Rondônia, a BR 364 construída na década de 80, não tem alicerce adequado para suportar o volume de tráfego em períodos de safra de grãos, por onde transitam em torno de 2,5 mil carretas, bitrens e treminhões, além dos veículos de passeio. O trecho é conhecido como “Corredor da Morte” devido ao elevado número de acidentes, a maior parte com óbitos.
Nunca é demais lembrar, que Rondônia é um dos Estados mais jovens da Federação com pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa, e totalmente vocacionado para a agricultura e pecuária. Além das riquezas minerais, como ouro, cassiterita, nióbio e uma mina de diamante com 140 quilômetros de extensão sem noção de profundidade.
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