Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 14/10/2023 às 11h03
Em Opinião recente, o assunto predominante foi a falta de maior participação dos políticos de Rondônia, em nível federal (senadores e deputados), que não conseguiam resolver uma questão vital para a economia de Rondônia, o cancelamento de voos interestaduais pelas empresas Azul, Latan e Gol.
Como a situação é essencialmente política, pois a Azul, por exemplo, em total ignorância aos problemas do jovem Estado, ainda caminhando rumo ao promissor futuro à economia regional e nacional, cancelou voos alegando excesso de ações judiciais. No mínimo uma heresia, pois se ocorreu uma “avalanche” de ações certamente foi motivada por irregularidades cometidas pela empresa, não pelo passageiro, que pagou e não foi atendido.
Na época lembramos de políticos de passado recente, pois Rondônia tem pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa, que marcaram época, na luta por um Estado forte, buscando a consolidação política, econômica, financeira e social. Citamos os nomes de inúmeros políticos que fazem parte da história de Rondônia, inclusive alguns, que já nos deixaram presencialmente, mas estão para sempre na memória, pois fazem parte da história do jovem Estado.
Hoje vamos passar por mais uma parte, que seria a segunda da série, que deverá ter outras, porque é praticamente impossível comentar sobre o assunto e não ficar “alguma coisa para trás”. Mas vamos lembrar de mais algumas lideranças políticas, que marcaram época na capital e no interior. Alguns até tiveram problemas, pois é muito difícil praticar a política sem ser acusado por alguma ilegalidade.
A capital teve políticos expressivos e, alguns, chegaram a ocupar os cargos políticos-eleitorais mais importantes, como o governo do Estado. O médico Oswaldo Piana foi deputado e presidente do legislativo e governador durante um mando. Foi ele quem inaugurou o Linhão em 1994 e abriu o processo de desenvolvimento de Rondônia.
O saudoso Chiquilito Erse, duas vezes prefeitos de Porto Velho, não se elegeu governador em 1994, por excesso de confiança e por uma frase infeliz da sua assessoria na campanha: vote em Chiquilito. “Chiquilito é chique”. Seu adversário, Valdir Raupp, ex-prefeito de Rolim Moura venceu com o eslogam: “Raupp é simples”.
Chiquilito foi uma das maiores lideranças política de Rondônia. Se destacou como prefeito em dois mandatos alternados em Porto Velho. Não completou o segundo, porque adoeceu assumindo o vice, Carlinhos Camurça. Faleceu em julho de 2001,
O saudoso Gerônimo Santana também marcou época. Além de prefeito da capital foi o primeiro governador de Rondônia eleito pelo voto popular em 1986. Gerônimo faleceu em 2014.
O ex-prefeito Roberto Sobrinho ocupou o cargo em dois mandatos seguidos pelo PT, partido hoje, bastante enfraquecido no Estado, sem representação no Congresso Nacional (Senado e Câmara), uma deputada estadual (Cláudia de Jesus, de Ji-Paraná) e nenhum vereador na capital.
Ariquemes sempre marcou presença na política regional. Já citamos em artigo anterior, Ernandes Amorim, que ocupou todos os cargos políticos-eletivos, menos de governador. O saudoso ex-prefeito e ex-deputado federal Francisco Sales fez parte da força política do município, além de Altair Schons, Daniela Amorim e Confúcio Moura, hoje senador da República, que continua ocupando espaço político estadual, representando a “velha” guarda.
A Família dos Muletas sempre foi muito forte na política de Jaru, mas hoje o clã está em baixa. Os irmãos João e Amauri estão sem mandatos. João foi deputado estadual em vários mandatos e também passou pela Câmara Federal. Amauri foi secretário de Estado e prefeito de Jaru. A ex-deputada estadual Cássia dos Muletas não conseguiu se reeleger em 2022.
O saudoso ex-prefeito Aldemário Serafim, o Dema, foi uma das grandes lideranças de Jaru com destaque para os cuidados com as estradas vicinais e funcionamento eficiente do Hospital Municipal.
O ex-prefeito Jair Ramirez, de Ji-Paraná, marcou pela simplicidade, assim como Jotão Geraldo, que faleceu recentemente. O ex-prefeito Ildemar Kussler realizou uma administração eficiente e teve uma boa passagem pela Câmara Federal. Assis Canuto é um desbravador do Estado e foi vice-governador. Rondônia deve muito a ele.
Ex-deputada estadual e prefeita em dois mandatos alternados, Sueli Aragão, deixou um legado de obras e realizações em Cacoal. Hoje está em Brasília, não participa mais da política, mas foi uma das lideranças mais importantes do MDB em Rondônia. O padre Franco Vialetto teve alguns problemas pessoais, mas sua administração se destacou na área social.
Rolim de Moura teve a ex-deputada estadual Milene Mota na prefeitura e o ex-governador Ivo Cassol (dois mandatos seguidos de prefeito e governador), que também chegou ao Senado. Tião Serraia (Sebastião Dias Ferraz) passou prefeitura e Luiz Ademir Schock, o Luizão do Trento ocupou o cargo político mais importante do município.
Marcaram época em Pimenta Bueno os ex-prefeitos Augusto Plaça, que também foi deputado estadual e Inez Zanol que passou pela prefeitura deixando um legado dos mais positivos para o povo pimentense.
Além das mulheres já citadas, mais uma marcou época na política regional. A ex-prefeita e ex-deputada estadual, a saudosa Lúcia Tereza, pessoa ímpar, que morreu no exercício de um dos vários mandatos, que teve no legislativo estadual.
Na ponta da linha temos Vilhena, município mais importante do Cone Sul onde se destacaram os prefeitos Ademar Suckel, Vitório Abraão e Lourival Rutmann. Quem conheceu o prefeito Ademar sabe da seriedade que ele comandava o município.
Certamente em uma próxima oportunidade teremos mais uma lista de nomes de políticos (alguns ainda, na ativa), que deixaram ações positivas, com mandatos no contexto regional. Sempre é bom dar uma revisada no passado, para que possamos ter uma visão maior do futuro, inclusive para os atos negativos.
Hoje também temos uma lista de lideranças políticas que merece destaque, mas devido a velocidade da informação, dos “jornalistas” e “repórteres-fotográficos” das redes sociais não seria muito simples líderes emergentes no segmento. Em um País onde imperam a corrupção e a certeza da impunidade, não é tarefa das mais simples destacar políticos comprometidos com as necessidades de a maioria da população, e não atendendo interesses de grupos.
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