Metrópoles
Publicada em 19/10/2023 às 14h22
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, fez um forte discurso ao Exército do país, especificamente ao grupo que faz o cerco à Faixa de Gaza. Nesta quinta-feira (19/10), ele afirmou às tropas que a invasão terrestre ao território será feita em breve.
“Quem vê Gaza de longe agora verá de dentro. Eu prometo. A ordem virá”, apontou Gallant.
A nova fala do ministro foi registrada nas redes sociais de um jornalista do Times of Israel. A afirmação reacende o alerta pela invasão terrestre de Israel da Faixa de Gaza, tensão que tem sido acentuada pelo recente veto dos Estados Unidos (EUA) à proposta brasileira de cessar-fogo do conflito, na Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante a semana passada, Gallant levou um acervo de vídeos à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para mostrar as atrocidades praticadas pelo grupo extremista Hamas ao país, como uma forma de buscar auxílio e apoio da Otan. Além disso, ele proferiu uma série de fortes afirmações, que vão de comparar os extremistas do Hamas ao grupo terrorista Estado Islâmico (Isis) e ressaltar que eles serão destruídos.
No sábado (14/10), o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, havia enfatizado o mesmo assunto. Ele, contudo, não afirmou quando a ofensiva ocorreria e reforçou o pedido para que civis se mudassem para o sul de Gaza. Mais cedo naquele dia, Israel havia anunciado que preparava ataques a Gaza por “ar, terra e mar”, e o Aeroporto Internacional de Aleppo, na Síria, foi bombardeado por mísseis de caças israelenses.
Diplomacia e os mortos e feridos no conflito Israel x Hamas
Após dias de negociação e consternação de diversos chefes globais, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou a minuta brasileira de resolução que poderia frear o conflito entre Israel e o Hamas. O texto, no entanto, não passou – foi vetado pelos Estados Unidos (EUA), na última quarta-feira (17/10). Agora, uma perspectiva pacífica está mais distante no horizonte.
Os mais de 2 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, nesse contexto, seguem entregues a uma guerra sem horizonte de fim. O número de palestinos mortos subiu para 3.785 nesta quinta-feira (19/10), de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza. Até a quarta-feira (18/10), o número de óbitos era de 3.540. Com os dados de falecidos em Israel, somam-se 5,1 mil mortos.
Juntos, o número de feridos passa de 17,7 mil, mais de 12 mil sendo palestinos, e durante a semana metade dos óbitos na Faixa de Gaza eram de mulheres e crianças. A Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) ainda afirmou que ao menos 340 mil habitantes estão desabrigados na região em detrimento do conflito entre Israel e Hamas.
As autoridades de Israel ainda não divulgaram um número atualizado, com o último recorte oficial sendo de 1,4 mil mortes até agora. Dessas, 306 são de soldados.
O número de pessoas feitas reféns pelo Hamas aumentou, tendo passado para 203.
De acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, a decisão de permitir ajuda limitada a partir do Egito foi tomada após um pedido formal do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em visita a Israel.
O governo federal já repatriou mais de 1,1 mil pessoas, tendo encerrado a primeira fase da maior operação já realizada pelo país em uma zona de conflito. Ao todo, já saíram de Israel para o Brasil em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) 1.135 cidadãos brasileiros. O resgate, batizado Operação Voltando em Paz, começou logo após a declaração de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. Faltam, agora, os brasileiros que estão na Faixa de Gaza – impedidos de chegar à passagem de Rafah, para o Egito, devido ao conflito.
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