Noticia ao Minuto - Portugal
Publicada em 23/10/2023 às 14h57
"Saúdo o envio" do protocolo de adesão da Suécia ao parlamento turco e "espero com expectativa a possibilidade de acolher muito em breve a Suécia como aliada de pleno direito da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental)", declarou.
"Tal tornará toda a Aliança mais forte e mais segura", sublinhou Stoltenberg.
O Governo sueco também se congratulou hoje por Erdogan ter iniciado os trâmites para ratificar a entrada do país escandinavo na NATO, ao fim de mais de um ano de bloqueio.
"Esperamos ansiosamente tornar-nos membros da NATO", escreveu o primeiro-ministro sueco, o conservador Ulf Kristersson, na rede social X (antigo Twitter).
Por sua vez, o chefe da diplomacia sueco, Tobias Billström, manifestou a expectativa de que o processo esteja concluído em finais de novembro e que a Suécia seja um membro de pleno direito da Aliança Atlântica quando esta realizar a sua reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, nos dias 28 e 29 desse mês.
"O secretário-geral da NATO informou há alguns dias que presume que a Suécia será membro da NATO antes da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros de finais de novembro, que é esse o objetivo", afirmou Billström, citado pela agência noticiosa sueca TT.
O passo hoje dado por Erdogan é, no entanto, o primeiro de três, sublinhou o MNE sueco.
"Agora, [o protocolo de adesão] vai ao parlamento para ser analisado e votado, depois volta ao Presidente Erdogan para uma assinatura final, e então estará pronto", acrescentou.
O ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, afirmou esperar que a Hungria -- o outro país além da Turquia que ainda não ratificou a adesão da Suécia - "cumpra o acordado" e a aprove antes de Ancara.
"O que a Hungria indicou é que não será o último país a processar o nosso pedido", declarou Jonson.
O chefe de Estado turco assinou hoje o protocolo de ratificação da admissão da Suécia na NATO -- que tinha sido acordada já na cimeira de Madrid, no verão do ano passado -- e entregou-o ao parlamento para votação, indicou o gabinete de comunicação da Presidência da Turquia, em Ancara.
Erdogan tinha indicado nas últimas semanas que -- após meses de bloqueio -- daria o seu aval à adesão do país nórdico "se os Estados Unidos cumprissem as suas promessas", embora sempre sublinhando que a decisão final caberia ao parlamento, onde o seu partido, o AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), detém a maioria juntamente com o aliado ultranacionalista MHP (Partido de Ação Nacionalista).
O Presidente turco, que falou no sábado por telefone com o líder da NATO, continuou, nos últimos meses, a pressionar a Suécia para que tomasse medidas contra as profanações do Corão, alguns exemplares do qual foram queimados em manifestações, o que azedou as relações entre Ancara e Estocolmo.
Ancara critica também às autoridades suecas a sua alegada brandura em relação aos rebeldes curdos refugiados no seu território e exige a extradição de dezenas deles.
A Turquia e a Hungria são os únicos dois dos 31 Estados-membros da NATO que não ratificaram a adesão da Suécia. A Turquia validou a entrada da Finlândia a 30 de março, dissociando o seu caso do do país vizinho.
A decisão da Turquia de enviar o protocolo de adesão da Suécia ao parlamento foi saudada pelos Estados Unidos, que manifestaram o desejo de que o processo seja concluído "o mais rapidamente possível".
"Esta decisão é bem-vinda", disse à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, frisando esperar que a adesão seja aprovada com celeridade pelo parlamento turco.
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