Metrópoles
Publicada em 04/01/2024 às 09h01
Ucrânia e Rússia fizeram, nesta quarta-feira (3/1), uma troca de prisioneiros de guerra descrita por autoridades ucranianas como a maior desde o início do conflito. Mais de 200 soldados e civis de cada lado foram libertados, após complexas negociações intermediadas pelos Emirados Árabes Unidos.
As duas partes realizaram dezenas de trocas desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas o processo estava estagnado desde agosto do ano passado.
Em declarações quase simultâneas, Rússia e Ucrânia anunciaram o retorno de seus combatentes. “Mais de 200 de nossos soldados e civis retornaram das prisões russas”, comemorou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em mensagem de vídeo em seu perfil no Telegram.
“Este é um grande dia para a Ucrânia”, afirmou. “Quanto mais russos nós capturarmos, mais eficientes serão as negociações sobre as trocas.”
O líder ucraniano afirmou que alguns dos prisioneiros estavam anteriormente relacionados como desaparecidos.
Os ucranianos libertados pertencem a setores diferentes das Forças Armadas e incluem alguns dos que combateram durante o cerco à siderúrgica Azovstal, em Mariupol, que após resistirem por quase três meses e serem capturados pelos russos em maio de 2022.
O Ministério Defesa russo informou que 248 membros das Forças Armadas puderam voltar ao país. Kiev, por sua vez, relatou a chegada de 230 pessoas – 224 soldados e seis civis.
Negociações de paz ainda distantes
Um vídeo divulgado por autoridades da Ucrânia mostrava prisioneiros de guerra envoltos na bandeira ucraniana em ônibus, cantando o hino nacional e gritando o lema patriótico “glória à Ucrânia”. A maioria, com algumas exceções, aparentava estar em boas condições de saúde.
O Kremlin também divulgou imagens de prisioneiros em uniformes militares chegando de ônibus à cidade russa de Belgorod.
O Ministério do Exterior dos Emirados Árabes Unidos informou em nota que a troca se tornou possível por meio de suas “fortes relações de amizade” com os dois países. O país árabe se ofereceu para ajudar nos esforços humanitários e na busca por uma solução pacífica para o conflito, que dura 22 meses.
A troca de prisioneiros ocorreu em um momento em que a Rússia continua a intensificar os ataques nas frentes de batalha. O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu reforçar a ofensiva no país vizinho depois de um ataque ucraniano sem precedentes a Belgorod, no fim de semana.
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