Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 13/01/2024 às 10h40
O Brasil, apesar de sempre em crescente desenvolvimento continua sendo um País de terceiro mundo, onde as grandes potências mundiais continuam mandando e desmandando. Entra Governo, sai Governo e tudo continua na mesma com os brasileiros sempre de pires na mão recebendo “doações” dos países ricos, que não estão preocupados com a saúde do povo, com o seu bem-estar, de a necessidade de ter uma vida digna, com as famílias tendo no mínimo alimentação sadia, mesmo que seja simples, emprego, casa para morar e educação para os filhos.
Uma das maiores riquezas do Brasil não é somente seu povo, que responde pela alimentação de boa parte do mundo, porque é o único país com dimensões continentais (cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados), e um clima tropical, onde é possível produzir o ano todo. Além de ser o país do futuro, pois certamente, a cada ano responderá por maior parcela da produção agropecuária do mundo.
O Brasil também tem a Amazônia, que os países ricos aos poucos vão tomando conta da maior reserva da flora e da fauna do mundo. Criaram até um Fundo Amazônia, onde os países ricos doam recursos financeiros (R$ 5,7 bilhões), em 14 anos, com R$ 3,43 bilhões que não haviam sido transferidos até setembro de 2023, para “preservar a Floresta Amazônica”. Na verdade, garantir a presença a cada dia maior das ONGs na região, seguramente a mais rica do mundo.
E não é pela flora e a fauna.
A riqueza que os estrangeiros querem está no subsolo amazônico, rico em ouro, diamante, cobre, zinco, lítio. Um exemplo é a mina de diamante de Espigão do Oeste, em Rondônia, que tem 140 quilômetros de extensão e não se tem noção da profundidade.
Alemanha e Estados Unidos estão alertando o Brasil, que os recursos do Fundo Amazônia (FA), não são para pavimentar estradas, se referindo diretamente a BR 319, rodovia construída na década de 70, com cerca de 900 quilômetros ligando Porto Velho a Manaus. Até hoje é a única ligação terrestre de Manaus e Roraima com os demais Estados.
A rodovia foi aberta e asfaltada em toda sua extensão. Após as Diretas Já (1984), assumiram A presidência da república, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e novamente Lula da Silva, do PT, que está no terceiro mandato. Nesse período a 319 foi praticamente abandonada, sempre com pressões internacionais e omissão brasileira em não tomar conta do que é nosso e foi se deteriorando.
As ONGs tomaram conta da Amazônia como na Raposa Serra do Sol, em Roraima, que já foi produtiva, os agricultores foram expulsos e a região comandada por estrangeiros, que tem “passe livre” na área com a alegação que são terras indígenas. Menos para os estrangeiros...
Recentemente o senador, Confúcio Moura (MDB), em momento de lucidez-gratidão com Rondônia, onde ele já foi governador em dois mandatos consecutivos, político de confiança do Governo Lula em Rondônia, disse em entrevista, que a BR 319, no trecho Porto Velho a Manaus, seria uma Estrada Parque, como já existe em outros países, que não têm uma floresta rica em flora e fauna, além das riquezas naturais do seu subsolo, como a Amazônia. Confúcio não está errado, seria uma maneira conciliadora de manter, adequar, preservar nossas riquezas naturais e não privar o ser humano, que é mais importante do que tudo, de conhecer a beleza de uma floresta tropical, além de garantir a preservação da flora e fauna.
Mas esta semana a Alemanha e os EUA alertaram sobre a utilização dos recursos do FA, que boa parte, ainda, que está por chegar. Segundo os “patrões” estrangeiros, a utilização para asfaltar “vai contra as regras”. É importante destacar, que a “Grande Imprensa” nacional, continua publicando, que os recursos seriam utilizados para “pavimentar a BR 319”, como se a rodovia fosse uma picada, de leito natural, quando na realidade ela foi aberta, pavimentada e a maioria das travessias dos rios, através de balsas na década de 70.
O chamado “meião” da BR 319 com cerca de 400 quilômetros está sem pavimentação asfáltica. No segundo semestre de 2023 tivemos uma longa estiagem na Amazônia, talvez a maior dos últimos tempos. Até o Rio Madeira, um dos maiores do mundo ficou com a navegação Porto Velho/Manaus comprometida, inclusive, durante meses interditada à noite, com os poucos navios e balsas limitados a cargas mínimas durante o dia.
Manaus uma das principais capitais brasileiras, com mais de 2 milhões de habitantes chegou a ter problema de abastecimento de mantimentos, porque ficou praticamente dependente da ligação aérea. Só não ficou sem combustível, porque tem usina de petróleo, que garantiu o diesel e a gasolina, mas ficou privada de etanol, que vem de outros centros.
A população ribeirinha, que é grande, teve problemas, até com abastecimento de água potável, pois os rios e mananciais praticamente secaram e também comprometeram a navegação. Boa parte teve que ser abastecida com água mineral transportada via pequenos barcos.
O Brasil não precisa de “esmolas” dos chamados “países ricos”. É autossuficiente em tudo. Os recursos que estariam sendo investidos por eles do Fundo Amazônia é uma maneira de “cabrestear” os brasileiros, assumir de vez, a Amazônia, que é o projeto-futuro deles.
Os recursos financeiros brasileiros, que foram “doados” para a Venezuela e à Argentina estariam com valores bem acima que as “esmolas” do Fundo Amazônia, na verdade, recursos investidos na manutenção das ONGs, que continuam ditando normais na Amazônia brasileira.
Se a preocupação dos nossos doadores (é doação ou moeda de troca pela Amazônia) é como serão utilizados os recursos. Por que se a meta é preservar, não financiar uma Rodovia Suspensa com pontos de acessos somente em Porto Velho, Manaus, e nas localidades onde já existam infraestrutura para abastecimento, alimentação de serviços mecânicos, e no transporte coletivo e de cargas comerciais. Na China há inúmeras estradas suspensas contornando montanhas.
Ocorre que no Brasil o Executivo (governo), não executa, o Legislativo (Congresso Nacional), não legisla e o Judiciário, não exige o cumprimento das nossas Leis, inclusive a Constituição Federal, que deveria ser soberana, mas é constantemente ignorada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que existe para que ela seja cumprida.
No Brasil, dentre os inúmeros problemas enfrentados nos segmentos social, econômico, financeiro e principalmente político predominam dois, que estão enraizados na maioria da população, deste o descobrimento com a chegada dos malfeitores, que ocupavam os porões dos navios Santa Maria, Pinta e Nina, tendo à frente Pedro Alvares Cabral, que foram “despejados” pelos portugueses em terras brasileiras: a corrupção e a impunidade.
Pobre Brasil rico.
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