Rondoniadinamica
Publicada em 27/01/2024 às 10h28
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura, do MDB, de repente tornou-se uma voz ativa dentro do progressismo em Rondônia. Desde que se assumiu lulista, ao mencionar, publicamente, pertencer à base do governo federal no Congresso Nacional, o emedebista não só "saiu do muro" como expressa, reiteradamente, opiniões críticas à extrema-direita e a favor de políticas públicas.
A despeito da divergência regional até mesmo dentro do próprio partido, com deputados federais como Lúcio Mosquini, presidente local da legenda, e o ex-prefeito de Ariquemes Thiago Flores, ambos bolsonaristas, conservadores e liberais, Moura segue montando seus planos eletivos.
RELEMBRE
Confúcio Moura finalmente sai de cima do muro direto para os braços de Lula e do PT; senador rechaçou veementemente os ‘‘freios’’ da direita
Enquanto muitos esperam uma eventual aposentadoria, isto vez que suas posições ideológicas escancaradas conflitam com boa parte até mesmo de seus eleitores, ele segue idealizando composições e alianças para os pleitos vindouros.
Ignorando a extrema-direita como adversário real, como, por exemplo, Coronel Chrisóstomo, do PL, e outros aloprados que podem surgir no horizonte, o médico foca em Mariana Carvalho, hoje no Republicanos, a queridinha de Hildon Chaves (sem partido) para a sucessão.
Informações de bastidores dão conta que um possível racha entre Chaves e o atual governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, também desafeto de Moura, culminou numa cisão poderosa onde o trio Marcelo Cruz, do Patriota, presidente da Assembleia (ALE/RO); o parlamentar Fernando Máximo, do União Brasil (mais votado de 2022); e Léo Moraes, hoje no comando no Departamento de Trânsito (Detran/RO), deve ser unir e de lá sairá o nome do Palácio Rio Madeira para tentar ocupar o Prédio do Relógio na Capital.
Com isso, Confúcio chamou o jovem Vinícius Miguel, do PSB, para conversar pessoalmente. O advogado, que também é professor universitário, surgiu na política em 2018 impressionando ao ser o mais votado em Porto Velho quando disputou pela primeira vez um mandato eletivo mirando o assento ocupado por Marcos Rocha.
Ele alcançou mais de 110 mil votos na primeira etapa do pleito. Dois anos depois, chegou ao terceiro lugar quando disputou a Prefeitura de Porto Velho, pelo partido Cidadania, deixando para trás 12 outros concorrentes e encerrando sua participação em terceiro lugar. Com isso, passou a ser notado pelos caciques, ocupando postos na segunda gestão de Hildon Chaves.
Em 2022, por fim, tentou uma vaga na Câmara Federal, ultrapassando a marca dos dez mil votos.
Suas performances o credenciam ao pleito com margem de confiança por parte de possíveis aliados ver que seu histórico em disputas o torna adversário de peso nas contendas eletivas: Confúcio Moura percebeu e isso.
Agora, muito provavelmente o MDB deve sacar a possibilidade de lançar Williames Pimentel, ex-secretário de Saúde municipal e do Estado, hoje diretor-administrativo da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), ligado ao Ministério da Saúde do governo Lula, do PT, para ampliar não só a margem de eleitores, explorando faixa-etárias mais baixas do eleitorado, mas também em termos de composição, já que Miguel tem uma veia aglutinadora e não sofre a parte do desprezo sentido pela sociedade em relação à filosofia fisiológica do MDB, uma sigla "vai-pra-lá-vai-pra-cá", a depender de quem está no Poder.
Dentro da esquerda, o advogado "brigaria" com Fátima Cleide, do PT, para ver quem seria o candidato ideal do progressismo na cidade das Três Caixas d'Água. Fátima é ex-senadora e o nome mais pujante do petismo em termos regionais.
Em suma, Confúcio busca um nome palpável, com chances empíricas, municiado pela visão de que o eleitorado, cansado da polarização, deve optar pela realidade em vez de discursos vazios sem perspectivas.
Apesar de passar por cima de nomes importante do MDB, que não se posicionaram ainda sobre sucessão na Capital, como Mosquini, por exemplo, Confúcio toma à frente do projeto 2024 ao pensar em Vinícius Miguel como ferramenta importante para chegar às rédeas do comando da Capital.
E, como dito, ignorando o histriônico Chrisóstomo, Confúcio vê em Mariana Carvalho ou alguém do trio Máximo-Cruz-Moraes como adversários reais sem deixar de pensar em Fátima Cleide e em como MDB e PT podem se entender na federalização.
Se houver aliança de cima para baixo, provavelmente Fátima será a candidata oficial da esquerda em Porto Velho, e, com isso, Moura não poderá apoiar Miguel oficialmente.
Enfim, esses são os caminhos, por ora, traçados pelo político, que, até então, evitava celeumas, polêmica, controvérsias e sair da zona de conforto. Aos 75 anos, o Congressista está mais vivo do que nunca. Mas é como diz o ditado: falta combinar com os Russos...
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2024/01/eleicoes-2024-confucio-sai-do-muro-ignora-colegas-do-mdb-e-deve-sacar-pimentel-do-jogo-da-sucessao-apos-conversa-com-vinicius-miguel-,181384.shtml