Sérgio Pires
Publicada em 31/01/2024 às 08h50
CONFÚCIO, O QUE PARECE ETERNO NA POLÍTICA DE RONDÔNIA, DIZ QUE FARIA TUDO DE NOVO PARA CRIAR AS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
Nem um passo atrás. Numa longa entrevista concedida a Everton Leoni, no programa SIC News (SICTV/Record, de segunda a sexta, 20 horas), com algumas perguntas que deixariam um político inexperiente numa saia justa, o senador e ex-governador Confúcio Moura não só deixou clara sua posição à esquerda, firme aliado do governo Lula, como ainda reafirmou que tomaria novamente todas as decisões que tomou quando governou o Estado. Inclui-se aí, com maior destaque, as tomadas em relação às questões ambientais.
Ele defendeu que a criação de onze áreas de proteção (elas foram criadas no último dia no ano, quando a Assembleia Legislativa não podia mais mudar nada!) foram necessárias e importantes para a preservação da nossa floresta.
Neste particular, Confúcio lembrou que as áreas eram “pequenas pontas de outras já existentes”, mas, claro, não se aprofundou no assunto, para falar, por exemplo, naquelas em que havia comunidades formadas e produzindo, algumas há décadas. Também foi clara sua fala em relação ao governador Marcos Rocha, contra quem mostrou irritação, embora diga que o assunto está no passado. Não foi claro quando questionado se será ou não candidato à reeleição ao Senado ou ao Governo, em 2026.
Esperto, experiente, com uma longa vida pública, Confúcio Moura preferiu ficar em cima do muro, nestas questões, dizendo que é muito cedo para tratar do assunto. Mas, na prática, suas ações confrontam essa indecisão. Principal nome do MDB no Estado, consolidado agora com sua ligação muito próxima a Lula (o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, disse que Confúcio é o senador que Lula mais admira) o rondoniense já conseguiu mais de 1 bilhão de reais em emendas para atender seu Estado.
Confúcio Moura, aliás, é quem está alinhavando os acordos para as eleições municipais, incluindo-se aí, lógico, a cereja do bolo: a Prefeitura de Porto Velho. Tem conversado muito dentro do partido, mas também fora dele. Tem se aproximado do PT local, porque Fátima Cleide se torna um nome cada vez mais forte para concorrer agora em outubro, mas também conversa com outra importante liderança na Capital, o professor e advogado Vinicius Miguel, do PSB. Hoje, para as disputas nas principais cidades do Estado, é Confúcio Moura quem tem carta branca do MDB para conversar, acertar nomes e rumos.
Está muito poderoso, ao menos da porta para fora do Estado. O problema dele, agora, é convencer o eleitorado conservador de Rondônia que quem está certo é ele e não quem o contesta. É missão difícil? Claro que é. Mas não para Confúcio Moura e as décadas de jogo de cintura que aprendeu na política. E que ninguém se surpreenda se, lá em meados de 2026, ele esteja ministro do atual governo e decida concorrer mais uma vez ao Governo. Confúcio parece eterno, na política de Rondônia!
BAGATTOLI PROPÕE QUE METADE DAS BOMBAS DOS POSTOS NO BRASIL POSSAM SER USADAS DIRETAMENTE PELO CONSUMIDOR
O senador rondoniense Jaime Bagattoli tem tido um mandato combativo e sempre em defesa do agronegócio, da liberdade individual e econômica e das pautas conservadoras. Disse a que veio, ao seu eleitorado. Agora, está defendendo outro projeto que já causa polêmica mesmo antes de andar, nas comissões do Senado. O primeiro passo será andar na Comissão de Defesa do Consumidor. Trata-se da autorização para que os postos de combustíveis do país, possam ter ao menos metade de suas bombas com sistema de autosserviço, ou seja, em que o próprio consumidor poderia abastecer seu veículo, como é comum, por exemplo, nos postos dos Estados Unidos. Bagattoli enumera uma série de sugestões para permitir que o combustível chegue com um preço menos alto para o consumidor final e, para ele, essa seria mais uma forma de reduzir os custos na etapa da distribuição final, permitindo que a diminuição chegue ao bolso de quem vai abastecer seus veículos. Ele lembra que a medida isolada não resolverá o problema, mas que, associada a muitas outras, pode atingir o objetivo principal: que o brasileiro encha o tanque dos seus veículos com preço bem menor do que para hoje. O senador defende que, com as novas tecnologias, não há maior risco do próprio cliente abastecer seu veículo. O problema agora é convencer a estrutura histórica do sindicalismo, que não quer nem ouvir falar no assunto.
PONTE DE ALTO PARAÍSO TEVE 16 VIGAS DE 45 TONELADAS E ESTRUTURA FORTE PARA SUPORTAR MUITAS DÉCADAS SERVINDO À POPULAÇÃO
Uma ponte de 15 milhões e 800 mil reais poderia ter custado muito menos, caso não precisassem ser construídos os pilares e outros equipamentos importantes, para lhe dar toda a segurança e um tempo de vida que pode significar décadas e mais décadas. A comparação é com a ponte comunitária de Nova Roma do Sul, uma pequena comunidade gaúcha que reconstruiu a sua, metálica, com apena 6 milhões e meio de reais, enquanto o governo do Estado do RS a orçava em 25 milhões. Explica-se aí os motivos pelos quais, em Rondônia, uma ponte com quase a mesma extensão, mas de concreto e com obras secundárias, inclusive asfalto antes e depois, custou cerca de 8 milhões e meio a mais. Exatamente porque no caso gaúcho, foram aproveitados pilares centenários da ponte que foi levada e aqui, para sustentar a nossa, apenas como comparação, foram utilizadas 16 vigas, cada uma delas com 32 metros e pesando 45 toneladas. Não fosse este investimento todo, na comparação com os gaúchos, nossa ponte de Alto paraíso custaria mais ou menos o mesmo do que a de Nova Roma. Na inauguração da ponte na RO 459, que liga a BR 364 até a cidade de Alto Paraíso. Ali, onde a ponte antiga foi levada, a cidade ficou quase isolada, apenas sendo servida por uma balsa, desde 2019. A obra foi interrompida por problemas com a empresa que a executava, mas nessa semana foi entregue com grande festa na comunidade. O governador Marcos Rocha, o diretor geral do DER, Eder Fernandes, deputados federais, estaduais e autoridades da região prestigiaram o evento. Rocha comemorou a entrega da ponte e, empolgado, brincou de fazer flexões, ao lado de alguns assessores, além de caminhar pela obra com uma grande bandeira que mistura a do Brasil e de Rondônia.
ALÉM DE MARIANA CARVALHO E FÁTIMA CLEIDE, MAIS TRÊS MULHERES APARECEM COMO NOMES VIÁVEIS NA CAPITAL
A corrida pela Prefeitura de Porto Velho continua fervendo, mas só nos bastidores. Das porta para fora, poucas informações concretas se tem sobre a disputa, que, mais uma vez, deverá ser das mais pesadas, em termos de nomes de qualidade. Já há nomes fortíssimos para a corrida e todos eles já são conhecidos. Mas há ainda outras possibilidades, que podem surgir não só encabeçando chapas, mas também concorrendo à vice-prefeitura. Uma das principais dúvidas é do PT. Embora só se fale no nome de Fátima Cleide, ela não deu um pio, ao menos publicamente, se vai ou não entrar na briga. O que se sabe é que ela teria ouvido um pedido do próprio Presidente Lula para que dispute. Não há, contudo, informação oficial sobre isso. Há, no lado oposto, dois mulheres ligadas à direita que podem surpreender. Uma delas já disputou uma eleição: a médica Flávia Lenzi foi vice na chapa liderada por Marcos Rogério ao Governo e teve performance elogiada na campanha. Outra é a empresária Sofia Andrade, bolsonarista ao quadrado, que aparece tanto para um nome para a Prefeitura, como para vice ou, ainda, para disputar uma cadeira à Câmara de Vereadores. Por fim, há a vereadora Elis Regina, que a princípio concorrerá à reeleição, mas anda sim sendo sondada para voos mais altos. A nove meses do pleito, nomes não faltam. Só a depuração natural vai dizer quem, estará na reta final!
EMPRESAS ENVOLVIDAS NA LAVA JATO MUDAM DE NOME, EM BUSCA DE APAGAR UM PASSADO EIVADO DE ROLOS
Mudar de nome para quem está ou esteve enrolado com a Justiça, para quem cumpriu pena; quem sempre se envolveu em rolos é, obviamente, proibido para alguém que tenha o rabo tão imenso, que se arrasta por quilômetros. Mas não o é para grandes empresas, que por coincidência, todas estiveram envolvidas na maior operação de corrução e roubo do dinheiro público da História do Planeta, a Lava Jato. Por exemplo: a Odebrecht (aquela mesma, cujos diretores fizeram delação premiada, mas praticamente todos os denunciados por eles estão livres, leves e soltos, mesmo aqueles que confessaram seus crimes) agora se chama Novonor. Alguém aí já ouviu falar? E a OAS, não por coincidência envolvida até o talo nas denúncias, mas que está aí, no mercado, como se nada tivesse acontecido? Ah, agora ela se chama METHA, um nome desconhecido da imensa maioria dos brasileiros e, claro, com a nomenclatura limpa, já que desde que mudou, não se envolveu em nenhum rolo. E a Queiroz Galvão? Ah, dessa também se lembram todos os brasileiros que não são fanáticos pela impunidade, que fazem de conta que nada aconteceu; Agora a empresa tem o singelo nomezinho de ALYA. Também mudou de nome a Pfizer (aquela das vacinas), que agora se chama Viatris. Usando um pouco de ironia, se poderia sugerir que, caso a lei permitisse, Fernadinho Beira Mar poderia passar a se chamar Luís Carlos. É só uma sugestão!
INVESTIMENTO PESADO NA SEGURANÇA PÚBLICA: RECURSOS FEDERAIS E DO ESTADO SOMAM MAIS DE 83 MILHÕES DE REAIS, ANUNCIA SESDEC
O secretário de segurança do Estado, coronel Felipe Vital, na anunciou, nesta semana, que pelo menos 83 milhões de reais já foram investidos na compra de armas, equipamentos e outros itens que são fundamentais para as nossas polícias atuarem em defesa dos rondonienses. Deste total, mais de 32 milhões são de recursos próprios do Estado. Outros 44 milhões e 700 mil vieram do Fundo Nacional e da Secretaria Nacional, ou seja, de dinheiro federal. O restante, de várias outras fontes, incluindo os mais de 5 milhões e 300 mil do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros. Todos esses recursos permitam a compra de caminhões, drones, fuzis de ata precisão, armas automáticas israelenses e uma série de equipamentos de segurança pessoal, Tudo será distribuído no sistema de policiamento tanto da Capital como de cidades do interior, incluindo algumas de menor população, como São Miguel do Guaporé de Colorado do Oeste, apenas como dois exemplos. As entregas incluem equipamentos de informática, de tecnologia, veículos e armamentos para auxiliar as forças de segurança civis e militares durante seus trabalhos de patrulhamento e investigação. Segundo Vital, “Os investimentos tem como objetivo fortalecer e aprimorar a capacidade operacional das forças de segurança, que incluem as Polícias Civil - PC e Militar - PMRO, além do Corpo de Bombeiros Militar”.
DOENTE E SEM ACESSO A TRATAMENTO ESPECIALIZADO: DEPUTADA PEDE AO STF QUE LIBERE SALÁRIOS BLOQUEADOS DO HOMEM DO TEMPO
Foi apenas uma vitória parcial. A liberdade provisória do jornalista William Ferreira, o Homem do Tempo, depois de onze meses de prisão, sem qualquer acusação formal contra ele, o encontrou hospitalizado, onde ainda está, com dois problemas sérios de saúde: um câncer de próstata, em estágio inicial e uma mancha no pulmão, cuja causa ainda é desconhecida, mas pode ter ligação com um prisão tão longo de cadeia. Mesmo com a soltura provisória decretada, o próprio ministro Alexandre de Moraes que a deu, depois de pressões de vários parlamentares, principalmente da deputada federal Cristiane Lopes, manteve o bloqueio dos vencimentos de William como PM aposentado. Com isso, nem ele e nem sua família tem renda para sobreviver. Embora sob tratamento pela saúde pública, o Homem do Tempo precisa de mais medicamentos e busca de tratamento para seus males. Nesta semana, a deputada Cristiane voltou à luta. Enviou ao STF novo ofício, descrevendo a situação do jornalista e fazendo um apelo para que ele possa usufruir dos salários a que tem direito. Em um dos trechos do pedido, Cristiane Lopes afirma que “há necessidade de equilibrar medidas judiciais com o acesso a meios básicos de subsistência, especialmente quando se trata de questões de saúde e a sustentação de uma família, é fundamental e precisa ser revisto”. O ofício da parlamentar não teve resposta, ao menos até o final da terça-feira.
NUM ENREDO ASSUSTADOR, MADURO E UM JUDICIÁRIO AMESTRADO ACABAM COM A OPOSIÇÃO À DITADURA NA VENEZUELA
São personagens diferentes, mas o enredo parece conhecido. O governo do ditador Nícolas Maduro acabou definitivamente com qualquer resquício de oposição em seu país. Com apoio da Suprema Corte, toda ela mancomunada com a ditadura cruel vigente no país, os dois principais concorrentes de Maduro, que o venceriam facilmente em qualquer eleição limpa, estão impedidos de concorrer. Tanto Henrique Capriles, que chegou a se apresentar como Presidente de fato, embora tenha sido muito pouco levada a sério como a fortíssima até há pouco candidata Maria Corina Machado, estão fora do páreo, porque a Justiça/Ditadura condenou a ambos, proibindo os dois de terem qualquer atuação na vida pública por 15 anos. Foi assim, avançando sobre os direitos individuais; exterminando opositores ou impedindo de disputar qualquer eleição, com a parceria lamentável e criminosa de magistrados, que deveriam defender o povo e o país e não os ditadores, que a Venezuela se afunda cada vez mais como um país onde povo é escravizado e só se salva mesmo quem está no poder ou ao lado dele ou, ainda, os que desistem e deixam tudo para trás, indo mendigar sobrevivência em outros países, como o Brasil. Tomara que se abra os olhos em outras Nações, onde possa haver o risco de repetição do drama venezuelano.
PERGUNTINHA
Na sua opinião, o que causou um rombo de 230 bilhões de reais nas contas do governo federal em 2023, o que representa um déficit de 2,1 por cento do PIB, depois de um superávit de mais de 54 bilhões no ano anterior?
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