Rondoniadinamica
Publicada em 10/02/2024 às 10h46
Porto Velho, RO – Os desdobramentos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) a fim de cumprir mandados expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo (STF), serão capazes de influenciar negativamente o PL nas eleições municipais nas 52 cidades de Rondônia?
Essa é a pergunta-imbróglio que percorre os corredores institucionais à boca miúda, vez que o cacique-mor da legenda, Valdemar Costa Neto, foi preso durante a incursão sob acusação de porte ilegal de arma.
Já o presidente de honra da sigla, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, teve o passaporte apreendido.
As diligências investigaram uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito visando obter vantagens políticas.
Com 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares, incluindo proibição de contato com outros investigados e suspensão de funções públicas, a ação ocorreu em diversos estados do Brasil.
O grupo, dividido em núcleos, é acusado de disseminar a ideia de fraude nas eleições presidenciais de 2022 para legitimar uma intervenção militar, além de agir para minar o Estado Democrático de Direito.
O Exército Brasileiro prestou apoio à operação, que investiga crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
O ministro de Estado da Defesa do governo Lula, do PT, José Mucio Monteiro Filho, assegurou a participação da Forças Armadas no cumprimento das ordens judiciais.
Com dois senadores; dois deputados federais; e dois deputados estaduais, o PL regional é uma das legendas mais importantes e está sob o comando de Marcos Rogério.
Internamente, Rogério, com a benção de Costa Neto, deu uma “rasteira” em Jaime Bagattoli, tomando sua gestão na agremiação, gerou mal-estar entre eles.
Na bancada rondoniense ainda há o histriônico Coronel Chrisóstomo e a discreta Sílvia Cristina.
Isto, além de Affonso Candido e Jean Mendonça que compõem a Assembleia Legislativa (ALE/RO).
Diante dos recentes desdobramentos, os bastidores políticos de Rondônia estão repletos de especulações e incertezas quanto ao impacto desses eventos nas eleições municipais de 2024.
A prisão de Valdemar Costa Neto e a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro certamente lançam uma sombra sobre o PL e suas possíveis candidaturas.
Primeiramente, a detenção do cacique-mor da legenda, figura de grande influência e poder político, pode gerar uma crise interna dentro do partido, levando a divisões e disputas pelo controle político nas 52 cidades de Rondônia.
Essa instabilidade interna poderia prejudicar a coesão partidária e a capacidade de mobilização para as eleições municipais.
Além disso, a imagem do PL e de seus membros foi indiretamente impactada por sua associação com as investigações sobre tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Candidatos do partido podem enfrentar desconfiança por parte dos eleitores, que poderão questionar sua integridade e compromisso com a democracia.
Aqueles que planejam apoiar outros candidatos, utilizando-se de suas credenciais políticas, também podem encontrar dificuldades em convencer o eleitorado diante do cenário conturbado.
Assim, as operações da Polícia Federal e seus desdobramentos têm o potencial de influenciar negativamente o cenário político e eleitoral em Rondônia, reconfigurando alianças e estratégias para as eleições municipais de 2024.
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