Rondoniadinamica
Publicada em 02/03/2024 às 10h10
Porto Velho, RO – O cenário político brasileiro muitas vezes se vê permeado por uma série de contradições e desvios éticos que comprometem a integridade do debate público. Um exemplo vivo dessa problemática é o senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, cuja postura a respeito do conflito entre Israel e Palestina destaca-se por uma notável incoerência e hipocrisia em relação às suas opiniões a respeito de assuntos diferentes.
RELEMBRE
Marcos Rogério atribui à esquerda atos terroristas em Brasília; senador ignorou os atentados à democracia em Rondônia
No último episódio do embate entre Israel e Palestina, onde mais de 100 civis palestinos foram brutalmente mortos enquanto tentavam receber ajuda humanitária em Gaza, Marcos Rogério mais uma vez demonstrou sua falta de comprometimento com a verdade e a justiça. Enquanto a diplomacia brasileira, de forma corajosa, classificava as mortes como um "massacre" e criticava veementemente as ações do governo israelense, Rogério optou por um caminho oposto, reproduzindo manchetes e apresentando visões minimizando a gravidade dos acontecimentos. colocando em dúvida a posição do Itamaraty.
"Desespero, confusão e mais mortes em Gaza. A diplomacia brasileira se apressa em culpar Israel, mas é preciso cautela. Não há, da parte das forças de segurança israelenses, histórico algum de barbarismo, marca dos grupos terroristas como o Hamas. O quadro caótico na região é, antes de tudo, reflexo do radicalismo palestino, mantido ao longo das últimas décadas", anotou o presidente do PL em Rondônia.
A declaração do senador Marcos Rogério sobre a situação em Gaza merece uma análise crítica. É inegável a importância de posicionamentos contra o Hamas e o terrorismo praticado pelo grupo, que devem fazer parte do debate político. No entanto, ao classificar a tensão em Gaza como "reflexo do radicalismo palestino", o congressista comete um equívoco grave ao generalizar e ofender todo o povo da Palestina, ignorando o sofrimento e o morticínio de civis inocentes. É fundamental reconhecer que a situação na região é complexa e envolve diversas questões políticas, sociais e históricas. A demonização unilateral de um dos lados não contribui para a busca de soluções pacíficas e duradouras. A diplomacia deve buscar o diálogo e a cooperação entre as partes envolvidas, em vez de alimentar polarizações e estereótipos que apenas agravam o conflito.
Antes mesmo do massacre dos 100 palestinos que buscavam ajuda Humanitária, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou sobre o conflito entre Israel e Hamas durante uma entrevista a Seth Meyers, da NBC News. Biden declarou que Israel corre o risco de perder apoio ao redor do mundo caso continue com suas investidas violentas contra os palestinos.
Logo, a atitude do senador revela não apenas uma falta de sensibilidade para com a vida humana, mas também uma preocupante tendência em se posicionar de forma contrária ao governo do PT, independentemente da situação em questão.
Quando o ex-presidente Lula se posicionou contra o genocídio praticado pelo Estado de Israel contra civis palestinos, Marcos Rogério assumiu uma postura contrária, ignorando completamente os fatos e perpetuando desinformação.
Essa falta de critério e ética na atuação política de Marcos Rogério não é uma novidade. Em episódios anteriores, o senador se mostrou hesitante em condenar atos antidemocráticos perpetrados por grupos extremistas de direita, como os ataques à sede dos Três Poderes em Brasília por bolsonaristas, ou mesmo ao atribuir, sem provas, atos terroristas à esquerda brasileira, em dezembro de 2022.
Em dezembro de 2022, Marcos Rogério acusou, sem provas, a esquerda de se infiltrar para promover terrorismo em Brasília e em Rondônia / Divulgação
Sua omissão diante desses eventos e sua propensão em disseminar teorias conspiratórias apenas evidenciam sua falta de comprometimento com os princípios democráticos e sua disposição em agir em prol de interesses políticos partidários, em detrimento da verdade e da justiça.
Portanto, é fundamental que a sociedade brasileira esteja atenta às ações e posicionamentos de figuras públicas como Marcos Rogério, cobrando coerência, transparência e responsabilidade daqueles que foram eleitos para nos representar. A democracia e a justiça não podem ser subjugadas em prol de agendas políticas mesquinhas e interesseiras.
A INCOERÊNCIA DE MARCOS ROGÉRIO EM DESTAQUE
01 – 08 de Janeiro de 2023: Ataques à Sede dos Três Poderes em Brasília
No dia 08 de janeiro de 2023, grupos extremistas bolsonaristas atacaram e destruíram a sede dos Três Poderes em Brasília. Diante desse ato bárbaro de destruição, o senador Marcos Rogério, então de licença, ignorou os eventos, demonstrando uma notável omissão e falta de condenação aos ataques contra a democracia.
Rogério não comentou a destruição de Brasília após o 08 de Janeiro / Reprodução
02 – Dezembro de 2022: Atribuição de Ataques Terroristas à Esquerda Brasileira
Em dezembro de 2022, antes de se retirar temporariamente do cargo de senador, Marcos Rogério atribuiu, sem apresentar provas, ataques terroristas em Brasília à "radicalização da esquerda brasileira". Essa postura evidenciou sua predisposição em disseminar desinformação e teorias conspiratórias, sem levar em conta a necessidade de uma investigação séria e imparcial.
03 – 29 de Fevereiro de 2024: Massacre em Gaza e Críticas ao Governo de Netanyahu
No dia 29 de fevereiro de 2024, durante o massacre de civis palestinos em Gaza, o governo brasileiro se posicionou firmemente contra as ações do governo de Israel, classificando os eventos como um "massacre" e criticando duramente o governo de Benjamin Netanyahu. No entanto, Marcos Rogério reproduziu manchetes e deu opinião minimizando a gravidade dos acontecimentos e colocando em dúvida a posição do Itamaraty, evidenciando sua falta de comprometimento com a verdade e a justiça.
Os pontos dos eventos envolvendo o senador Marcos Rogério destacam uma clara incoerência e hipocrisia em sua atuação política. Diante de ataques à democracia em seu próprio país, ele se mostrou hesitante em condenar os atos de extremistas bolsonaristas.
Ao mesmo tempo, propagou teorias infundadas sobre a esquerda brasileira, sem apresentar qualquer evidência.
Além disso, sua postura diante do massacre de civis palestinos em Gaza evidenciou uma clara falta de comprometimento com os direitos humanos e a justiça internacional. Esses eventos ilustram a necessidade urgente de responsabilização e transparência por parte daqueles que ocupam cargos públicos e são responsáveis por representar a população.
Em suma, a trajetória política de Marcos Rogério é marcada por uma série de falhas e contradições que evidenciam sua falta de capacidade para aprender com os erros do passado.
Ao buscar agradar a base de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022, Rogério demonstra uma desconexão com a realidade política e uma persistente adesão a estratégias falhas. Enquanto isso, figuras como o coronel Marcos Rocha, que adotou uma abordagem mais pragmática e voltada para a efetivação de políticas, foram reconduzidas ao poder, evidenciando a preferência do eleitorado por líderes que entregam resultados tangíveis.
Rogério, por sua vez, precisa urgentemente repensar sua postura e reconhecer sua falta de relevância tanto em âmbito nacional quanto internacional. Sua popularidade atingiu o ápice durante a CPI da COVID-19, mas desde então sua influência tem declinado, relegando-o a um papel secundário na política brasileira e mundial.
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