Robson Oliveira
Publicada em 19/03/2024 às 13h49
FICHA SUJA
Com a inelegibilidade de oito anos em razão de condenação penal que o inabilitou pela lei da ficha limpa, Ivo Cassol está de volta. Pelas redes sociais o ex-governador e ex-senador anunciou que assumiu a direção estadual do Partido Progressistas (PP), destituindo a atual direção composta na presidência pela própria irmã, Jaqueline Cassol. Nas eleições estaduais passadas, Cassol chegou a ser aclamado candidato a governador depois que conseguiu uma liminar surpresa no STF. Mas, logo depois, por decisão do colegiado do próprio STF, foi cassada mantendo hígida sua condenação que o tornou ficha suja, retirando-o da disputa pelo Governo de Rondônia.
INELEGÍVEL
Embora a retomada da Diretório Estadual do PP recoloque Cassol nos holofotes da política e dê luz à força política que ainda conserva, especialmente nos municípios menores, o ex-governador continua inelegível para disputar as eleições de 2026. Durante a pandemia ele ocupou o vazio político para prescrever aos seus seguidores a cura do Covid por meio de uma máquina de soldar. Não há notícia de alguém curado com a maluquice da prescrição, mas há indícios de que muitos ficaram com a língua queimada. E Cassol inelegível.
HABILITAÇÃO
Para que Ivo Cassol escape das garras da lei da ficha limpa é preciso aguardar que um projeto de lei que tramita nos escaninhos do Senado Federal anistiando os políticos encalacrados com os malfeitos pretéritos seja votado e aprovado. Na Câmara Federal, por exemplo, a anistia passou sem maiores sobressaltos. É possível que no Senado Federal consiga também a aprovação, dependendo tão somente da vontade do presidente Pacheco em pautá-la. Após esta tramitação é que Ivo Cassol conseguirá a habilitação para se aventurar numa eleição a governador em 2026, como anseia a entourage.
FORÇA
Independente de gostar ou não do ex-governador, é inconteste reconhecer que Ivo Cassol, retomando a elegibilidade, é um forte postulante ao Governo de Rondônia em 2026. Não é possível garantir que seja vitorioso na eventual disputa, mas é certo intuir que vai fazer um barulho enorme nos municípios, extrapolando a atual dicotomia entre os extremados. Cassol volta com toda força e, com ela, traz na mão uma máquina de soldar até coronavírus.
LOROTA
Qualquer iniciante nas ciências políticas que for avaliar dados disponíveis para prefeitura da capital verificará que o deputado federal Fernando Máximo (‘Zé da Touca’) do União Brasil é, entre os nomes especulados para sucessão de Hildon Chaves, o mais bem avaliado pelo eleitor. Apesar da popularidade do parlamentar, há nas entranhas do União Brasil uma conspiração em andamento visando impedir a postulação do candidato para que a vaga seja destinada à segunda colocada, Mariana Carvalho, filiada em outra agremiação partidária. Na semana passada, em Brasília, era dada como certo a filiação da filha de Aparício Carvalho ao UB. Enquanto os partidos se esmeram para filiar candidatos competitivos e com bons índices de avaliações, o UB, em Porto Velho, ajuda a enterrar uma candidatura no momento promissora. Por isto, “Zé da Touca”, virou alvo de tudo e de todos que se curvam aos mandachuvas de plantão. O resto é lorota.
LIMITE
Em duas semanas será o prazo limite para mudanças de partidos e exoneração de cargos para quem vai disputar o pleito municipal. Veremos, então, como ficarão os partidos com os respectivos candidatos. Há ainda muita água a passar por debaixo da ponte.
JOGO
Nem todos os ocupantes de cargos saem em abril. A legislação abre espaço para exceções, e Léo Moares (PODEMOS), por exemplo, pode permanecer no cargo até quatro meses antes das eleições. Ou seja, em sendo candidato, precisaria deixar o Detran somente em junho; tempo suficiente para construir uma candidatura com o rescaldo das dissidências partidárias. Neste diapasão, na hipótese de Fernando Máximo vir a ser mesmo rifado pelo União Brasil, nada impediria que possa declarar apoio a Léo Moraes, cuja aliança com o governador Marcos Rocha, mesmo grupo de Máximo, é explícita pelo cargo que ocupa no Detran. Quem conhece os meandros das eleições de Porto Velho sabe de antemão que o jogo está muito longe de ser jogado. E uma união inesperada entre Fernando Máximo e Léo Moraes seria um gol de placa na prorrogação final da partida.
CALADO
É verdade que Léo Moares está calado em relação ao pleito, o que não significa que esteja fora. É um animal político que comete erros e acertos e, além disto, não pode ser subestimado. Na última campanha pode ser que tenha avaliado errado o processo eleitoral em sua extensão e aventurou-se numa disputa complicada e altamente contaminada pelo espectro ideológico da eleição nacional. O que não se repetirá na capital nestas eleições municipais, justificando, portanto, a introspecção e reclusão do ex-deputado federal. Ele está avaliando todos os cenários possíveis e o tempo conspira a seu favor. Está corretíssimo em manter-se calado já que os concorrentes não dispõem da mesma exceção que o calendário eleitoral está a lhe propiciar.
MDB
Em um papo direto com o senador emedebista Confúcio Moura, a coluna apurou que para as eleições da capital há divergências entre os principais líderes do partido. Ele (Confúcio) defende uma candidatura a prefeito alinhada a um candidato mais à esquerda a ser escolhido pelos partidos do campo democrático que apoiam o presidente Lula, enquanto o deputado federal Lúcio Mosquini e o deputado estadual Jean Oliveira, são simpáticos aos candidatos mais à direita capitaneada pelas pré-candidaturas de Mariana Carvalho e Fernando Máximo.
PERFIL
Quanto aos demais municípios, especificamente do interior, o senador preferia que o MDB indicasse candidatos próprios, independente das questões ideológicas. Não que não seja possível que indique vices, levando em consideração os interesses maiores e a realidade de cada município. Mas que sejam chapas com o perfil do MDB. Em Ariquemes, em particular, Confúcio Moura vai sugerir o nome da professora Aganar Coelho, do Instituto Federal de Ensino, para ser a candidata a prefeita. Em Ji-Paraná, Cacoal, Espigão do Oeste, Guajará, Médici, Rolim e Vilhena a meta é também sair com candidatura própria.
LINGUARUDO
Parece que caiu a ficha do presidente Lula, após os resultados das pesquisas apontarem queda na aprovação do governo. O contraditório é que a economia, mês a mês, tem dado sinais de aquecimento, o que por si deveria influir nos índices positivos em favor do governo. E que o faz o governo perder popularidade? Segundo analistas de institutos, é a língua ferina do presidente Lula ao abordar temas que a priori não influenciam no cotidiano da população, a exemplo da guerra de Gaza. É importante uma autoridade se posicionar contra genocídios a exemplo do que está a ocorrer contra a população Palestina. O problema é a língua solta de Lula quando instado a falar de improviso e expor sem filtros suas convicções pessoais. Destoam das posições presidenciais que deveriam ser mais comedidas, em conformidade com as cautelas estabelecidas pela chancelaria. A língua de Lula continua a mesma solta de 30 anos atrás, embora o governo esteja caminhando seguro dentro de um rumo mais contido e mais assertivo.
FURTO
A Energiasa recuperou, ao longo do ano de 2023, mais de 74 milhões de Kwh de energia que foram desviadas irregularmente. As ações de recuperação se concentraram nos 52 municípios, onde foram realizadas mais de 154 mil inspeções e encontradas cerda 53 mil irregularidades ligadas ao furto de energia. De acordo com o gerente de Medição e Combate às Perdas da Energisa Rondônia, Carlos Augusto Finco, o total de energia desviada seria suficiente para abastecer mais de 240 mil residências durante um ano. Os prejuízos com o furto de energia ultrapassam 586 milhões, sem levar em conta mais de 130 milhões de impostos arrecadados. Carlos ressalta que o furto de energia é uma prática que coloca em risco a segurança do sistema elétrico e da comunidade.
RISCOS
Embora os riscos com acidentes e se configurando um delito penal, algumas pessoas continuam insistindo com ligações clandestinas, colocando em risco a própria vida e das demais a sua volta. além de impactar no bolso dos consumidores que pagam regularmente suas contas, uma vez que a legislação determina que o valor da energia desviada seja rateada nas faturas de todos os consumidores, indistintamente, é uma conduta que põe em risco a vida, além de criminosa.
INVESTIMENTOS
A Energisa tem investido em sistemas inteligentes e em equipes especializadas para potencializar a identificação do furto. No entanto, é fundamental a colaboração da comunidade para denunciar o uso clandestino e irregular de energia elétrica. As denúncias podem ser feitas de froma totalmente anônima pelo 190, ou pelos canais de atendimento da Energisa pelo chat htt:gisa.energisa.com.br ou pelo Call Center 0800 647 0120
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