R7
Publicada em 18/04/2024 às 09h42
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou via redes sociais nesta quinta-feira (18) a ampliação da vacina da dengue na rede pública diante da possibilidade de vencimento dos imunizantes em determinados municípios. Agora, crianças e jovens de 6 a 16 anos podem receber a primeira dose. Anteriormente, o imunizante estava liberado para crianças de 10 a 14 anos.
“Estamos ampliando, de forma temporária, a faixa etária para as vacinas da dengue que vencem no dia 30 de abril nos municípios que estejam com risco de perdê-las. Em um primeiro momento, orientamos que elas sejam estendidas às crianças e jovens de 6 a 16 anos”, escreveu Nísia.
A ministra da Saúde ainda deixou em aberto a possibilidade de ampliação da vacina para outras faixas etárias, como acima de 4 anos e abaixo de 60 anos. “Em último caso, elas podem ser ampliadas para todas as pessoas para as quais a Anvisa aprovou a vacina: na faixa etária entre 4 e menos de 60 anos. A segunda dose estará garantida para todos que se vacinarem”, acrescentou.
A medida foi tomada pelo governo diante do risco de vencimento de imunizantes. O governo do Distrito Federal, por exemplo, deve aplicar neste mês de abril 8 mil doses da vacina que estão com a data de validade próxima ao vencimento. “Nosso principal objetivo até o dia 30 de abril é garantir a aplicação de 8 mil doses de vacina que estão próximas ao vencimento”, afirmou a secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio.
Mortes e casos
Na última segunda-feira (15), o Brasil registrou 1.385 mortes confirmadas por dengue deste o começo do ano, o que significa que, pelo terceiro fim de semana seguido, o país teve aumento no número de mortes. Outras quase duas mil mortes estão sendo investigadas. O país registrou 3.289.639 casos prováveis da doença em 2024. A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que, no “pior dos cenários”, os casos de dengue do país devem chegar a 4,2 milhões.
São Paulo é a unidade da federação com mais óbitos registrados em 2024, com 276, seguido pelo Distrito Federal (237), Minas Gerais (231), Paraná (153) e Goiás (110). Somadas, as cinco UFs acumulam 72% do total de óbitos. Segundo o painel de dengue do Ministério da Saúde, o Distrito Federal é a unidade da federação com maior taxa de incidência de casos prováveis, com 7.795 casos por 100 mil habitantes. Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Goiás aparecem em seguida, somando 56% do número absoluto de casos.
No início deste mês, Nísia fez uma coletiva de imprensa em que anunciou que o Brasil apresenta 12 estados estáveis, 8 com tendência de queda e 7 com tendência de aumento do número de casos de dengue. “A dengue é uma doença que nunca se manifesta igual em todo o Brasil. Nós começamos com número de casos exponenciais em janeiro, sobretudo na região Centro-Oeste, e hoje temos oito estados com tendências claras de queda: Amazonas, Acre, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima”, disse Nísia.
“12 estados com estabilidade no número de casos: não está crescendo, mas ainda não começou a queda acentuada. São eles: Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins. E são 7 estados com tendência de aumento: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe”, acrescentou.
2024 x 2023
Em 107 dias, com 3.310.484 registros, o Brasil registrou mais que o dobro de casos prováveis de dengue do que todo o ano passado. Nos 12 meses de 2023, o país registrou 1.649.144 casos prováveis. Este ano, 1.457 mortes foram confirmadas como sendo causadas por dengue e outras 1.929 estão sendo investigadas, segundo dados do painel de monitoramento da dengue atualizado na manhã desta quarta-feira (17) pelo Ministério da Saúde. A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que, no “pior dos cenários”, os casos de dengue do país devem chegar a 4,2 milhões.
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