Rondoniadinamica
Publicada em 16/05/2024 às 12h15
Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério (PL-RO) recentemente manifestou sua opinião sobre a adoção de câmeras corporais nos uniformes de policiais, acusando a esquerda de tratar policiais como bandidos e de beneficiar criminosos com essa medida. Sua declaração causou polêmica e revelou uma abordagem fortemente ideológica, ignorando evidências concretas sobre os benefícios dessa tecnologia para a segurança pública.
Em uma postagem em suas redes sociais, Rogério afirmou: "A esquerda tem uma lógica inversa: trata policiais como bandidos, enquanto exalta criminosos. Não se enganem: a tática de colocar câmeras nos uniformes não serve para proteção. É, sim, uma forma de expor a polícia, assim como exercícios e estratégias que, ao fim, só beneficiam os criminosos. Meu lado será sempre ao lado do bem! Pela proteção das nossas forças de segurança!"
No discurso, o senador reforçou sua posição, afirmando que "o uso de câmeras, que hoje virou uma disputa, uma mania no Brasil inteiro, expõe mais o policial e, ao expor o policial, expõe a sociedade, a vítima". Ele argumentou que as câmeras estão sendo usadas de maneira indiscriminada, expondo operações táticas da polícia e beneficiando o crime organizado.
Body-Worn Cameras: What the Evidence Tells Us
LAPD Body Cams Help Exonerate Officers and Prove Misconduct
Entretanto, essa visão desconsidera um vasto conjunto de dados e estudos que demonstram os benefícios das câmeras corporais. Nos Estados Unidos, por exemplo, há inúmeros casos documentados onde policiais foram exonerados de falsas acusações graças às imagens capturadas pelas câmeras. Em 2018, no Texas, uma mulher acusou falsamente um policial de agressão sexual durante uma parada de trânsito. As imagens da câmera mostraram que a interação foi rotineira e sem incidentes, levando à retirada das acusações. Em Los Angeles, no mesmo ano, o LAPD exonerou 264 policiais de falsas alegações devido às câmeras, que demonstraram a conduta correta dos oficiais.
A experiência no Brasil também confirma esses resultados. Em São Paulo, a implementação das câmeras corporais pela Polícia Militar resultou em uma redução significativa de mortes e uso da força, além de esclarecer incidentes e exonerar policiais de acusações infundadas, conforme destaca um relatório do Instituto Sou da Paz. No Paraná, a Polícia Militar observou melhorias na conduta dos policiais e na eficiência do processo judicial com o uso das câmeras, que forneceram evidências claras em disputas legais.
Ignorar esses dados é adotar uma postura que privilegia a ideologia e a retórica política sobre a realidade factual. O senador Marcos Rogério parece preferir uma narrativa de vitimização das forças de segurança, em vez de reconhecer que as câmeras corporais podem salvar vidas, proteger a reputação dos bons policiais e aumentar a transparência nas ações policiais.
Ao desconsiderar essas evidências, o senador não só enfraquece a confiança do público nas forças de segurança, mas também perde a oportunidade de promover uma política pública que poderia beneficiar a sociedade como um todo.
As câmeras corporais não são uma ferramenta de "lacração", mas sim um recurso essencial para a proteção de policiais e cidadãos, e para a promoção de uma justiça mais transparente e eficaz.
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