G1
Publicada em 22/05/2024 às 11h06
Após o anúncio do reconhecimento do Estado Palestino por Noruega, Espanha e Irlanda, nesta quarta (22), Israel anunciou a convocação dos embaixadores dos três países em Tel Aviv para esclarecimentos.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, chamou de volta os embaixadores em Oslo, Madri e Dublin. O gesto é um sinal de reprovação na linguagem diplomática.
Em um gesto histórico, Noruega, Espanha e Irlanda anunciaram o reconhecimento de um Estado Palestino independente. Essa foi a primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas que governos do Ocidente anunciaram esse reconhecimento, um pleito histórico dos palestinos.
Katz afirmou que a decisão de reconhecer um Estado Palestino "minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza".
"Israel não ficará em silêncio”, disse o ministro israelense. "Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos e a remoção do Hamas e o regresso dos reféns. Não existem objetivos mais justos do que estes", crescentou Katz.
Assentamentos na Cisjordânia
Nesta quarta-feira, em desafio à comunidade internacional, militares de Israel aprovaram o retorno de três assentamentos israelenses na Cisjordânia que haviam sido evacuados em 2005.
Também em resposta ao reconhecimento do Estado Palestino -- e em um ato de provocação --, o ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, visitou nesta quarta o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
O local é sagrado tanto para judeus quanto para muçulmanos, mas é reconhecido internacionalmente como parte do território palestino da Cisjordânia. Ben-Gvir é um defensor histórico dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pela comunidade internacional.
"Nós não vamos permitir sequer uma nota sobre um Estado Palestino", disse o ministro, ao ser questionado.
Reflexos da guerra
O reconhecimento dos três países será formalizado na próxima terça-feira (28). A decisão conjunta foi tomada depois de a Assembleia Geral da ONU ter aprovado, no início do mês, uma resolução que abre caminho para o reconhecimento da Palestina como Estado-membro da organização.
Desde o início dos bombardeios e da incursão por terra de Israel em Gaza, em resposta aos ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro, os governos de Espanha e Irlanda têm marcado oposição ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
A guerra deixou Gaza em ruínas, com sua população sem saneamento e à beira da fome, segundo organismos internacionais. Já são mais de 35 mil mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Na incursão terrorista em Israel, o Hamas matou mais de 1.200 pessoas e levou centenas de reféns.
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