G1
Publicada em 28/05/2024 às 16h27
Forças de Defesa de Israel disseram ainda que incêndio que atingiu acampamento de refugiados no sul da Faixa de Gaza após bombardeio israelense pode ter se iniciado de explosões em local onde o Hamas supostamente guardava munições. Na segunda-feira, Netanyahu se referiu ao episódio como 'erro trágico'.
O incêndio no acampamento de refugiados em Rafah, na Faixa de Gaza, após bombardeio israelense foi "inesperado e não intencional", disse o porta-voz das Forças Armadas de Israel (FDI), Daniel Hagari, nesta terça-feira (28). O incêndio matou dezenas de civis palestinos no domingo.
A morte de crianças, mulheres e idosos levou a uma forte condenação de diversos países ao redor do mundo, incluindo tradicionais aliados de Israel, como a França.
"Após o ataque, devido a circunstâncias imprevistas e de forma trágica, infelizmente começou um incêndio que ceifou a vida de civis de Gaza nas proximidades. Fizemos todos os esforços para minimizar o número de vítimas civis durante o ataque, e o incêndio que eclodiu foi inesperado e não intencional. Foi um incidente devastador que não esperávamos. Estamos investigando o que causou o incêndio que resultou nesta trágica perda de vidas", disse Daniel Hagari.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na segunda (27) que o ataque ao acampamento de refugiados em Rafah, na Faixa de Gaza, foi um "erro trágico".
As Forças Armadas de Israel afirmaram ainda nesta terça que estão investigando a possibilidade de "explosões secundárias" decorrentes de um bombardeio contra líderes do Hamas terem gerado as mortes no acampamento de refugiados.
Em comunicado, as forças israelenses disseram estar "examinando a possibilidade" de explosões secundárias a um ataque, que, segundo Israel, ocorreu a 1,7 quilômetro do acampamento e que alvejava terroristas do Hamas.
A nota, no entanto, não deixou claro se as explosões secundárias citadas pelos militares foram ocasionadas por Israel.
"O ataque realizado em Rafah, a 1,7 km da área humanitária, usou munições de precisão carregando 34 kg de explosivos para eliminar dois líderes terroristas do Hamas", dizem os militares israelenses, em nota, negando que o alvo seria o acampamento onde estavam os civis.
"Estamos examinando a possibilidade de explosões secundárias a partir de um depósito de munições do Hamas próximo ao local onde estavam os civis e a 100 metros de distância dos alvos —causando o incêndio que tragicamente tirou vidas civis", afirma o comunicado.
"Estamos investigando a causa do incêndio e vamos continuar a operar de acordo com o direito internacional", conclui a nota.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, cerca de 45 pessoas morreram durante o ataque, na noite de domingo (26). Há relatos de mulheres, crianças e idosos entre as vítimas, muitas delas carbonizadas. Israel admitiu que pode ter havido um incêndio no acampamento em decorrência do bombardeio. Houve forte reação internacional.
Em um discurso ao Parlamento, Netanyahu afirmou que, "apesar dos nossos máximos esforços para não ferir civis inocentes, na noite passada, houve um erro trágico. Nós estamos investigando o incidente e vamos obter uma conclusão, pois essa é a nossa postura".
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