Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 08/06/2024 às 11h05
A decisão de o presidente regional do Podemos, Léo Moraes, de deixar a direção do Detran-RO, para enfrentar as urnas em outubro próximo participando da sucessão municipal em Porto Velho traz um quadro totalmente diferente do desenhado nas últimas semanas.
Não que Moraes seja um campeão de votos, um fenômeno eleitoral, mas tem base na capital, onde ele já foi vereador, deputado estadual, deputado federal e já disputou a prefeitura em 2016, chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pelo fenômeno eleitoral, na época, o prefeito Hildon Chaves, que se reelegeu em 2020.
Até a decisão de Léo Moraes em deixar o Detran e assumir uma pré-candidatura a prefeito de Porto Velho, maior colégio eleitoral do Estado (350 mil em condições de votar em 2022), cerca de dez nomes estariam aptos a concorrer à sucessão municipal.
É importante que se destaque, que o futuro prefeito da capital de Rondônia tem importância fundamental para as eleições gerais de 2026, quando serão eleitos presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado nos Estados e Distrito Federal, Câmara Federal e Assembleias Legislativas.
O futuro governador, que será eleito em 2026 dependerá muito do apoio do prefeito de Porto Velho, que será eleito em outubro deste ano. Apesar de nas eleições anteriores, após Oswaldo Piana, eleito em 1994, que tinha domicílio eleitoral na capital, o interior dominou e elegeu os govenadores (Valdir Raupp-Rolim de Moura, José Bianco-Ji-Paraná, Ivo Cassol-Rolim de Moura, Confúcio Moura-Ariquemes). Somente em 2018 que a capital elegeu um governador, o atual, Marcos Rocha (UB), que foi reeleito em 2022.
Mas o assunto é a sucessão municipal em Porto Velho. E o destaque, sem dúvida é a decisão de Léo Moraes em entrar na disputa. Ele estava sendo assediado para dar apoio a candidatos considerados de ponta, como a ex-deputada federal Mariana Carvalho, que já passou pela câmara de vereadores da capital. Se antes a maioria queria Moraes como aliado, hoje ele é um adversário com amplas possibilidades de sucesso.
Porto Velho, desde a reeleição de Roberto Sobrinho (PT) em 2008, com quase 60% dos votos válidos, não tem um prefeito eleito em primeiro turno. E nas eleições deste ano o quadro não será diferente.
Após a definição dos candidatos, porque hoje todos são pré-candidatos, com a realização das convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto) a expectativa é de uma campanha bastante disputada. O prefeito Hildon Chaves (PSDB), que deixará a prefeitura no final do ano, após dois mandatos seguidos, tem como planejamento futuro a disputa pelo Governo do Estado e, para fortalecer seu projeto depende da eleição do seu sucessor.
Hildon foi importante no apoio à reeleição do governador Marcos Rocha em 2022, no segundo turno. No segmento da situação, a candidata é Mariana Carvalho, a favorita do prefeito, que pretende consolidar seu alicerce eleitoral para 2026. Quadro que muda com a entrada de Léo Moraes.
Mariana, Léo, Hildon e Rocha são de um mesmo segmento político. Saindo Mariana e Leo candidatos, ambos estarão disputando a mesma preferência de eleitores, hoje da situação. Portanto, praticamente impossível de ambos chegarem ao segundo turno. Somente um deles chegará.
No quadro de oposição a situação não é diferente. Dividem praticamente o mesmo eleitorado a senadora Fátima Cleide (PT) e o professor universitário Vinícius Miguel (PSB), que já concorreu a governador em 2018 e obteve 14,44% dos votos válidos, a maioria em Porto Velho. Em 2020 disputou a prefeitura da capital, mas não chegou, Fátima é uma militante ativa do PT e tem uma ampla folha de bons serviços a Rondônia. Na sua passagem pelo Senado foi decisiva no processo de transposição dos servidores do Estado para a União e sempre teve a coerência como ponto de referência.
O MDB tem a juíza aposentada Euma Tourinho, bancada pelo líder maior do partido, o senador Confúcio Moura. Nunca enfrentou as urnas. É uma aposta daquele que já foi o maior partido do País e hoje luta para retomar seu espaço.
O ex-governador Ivo Cassol, uma das maiores lideranças do Estado, principalmente no interior assumiu recentemente o comando do PP em Rondônia e está reestruturando o partido. Disse que pretende eleger mais de 30% dos prefeitos nas eleições deste ano e Porto Velho está na lista com o empresário e advogado Valdir Vargas. É uma aposta, que faz parte do jogo político.
O PL está dividido entre os dois senadores, |Marcos Rogério, que preside o partido no Estado e Jaime Bagattoli. Mas há chances de apoiarem a pré-candidatura de Jaime Gazola tendo como vice Vargas, do PP. Parceria difícil de ocorrer, mas não impossível.
O PDT, presidido no Estado pelo ex-senador Acir Gurgacz também apresentou o pré-candidato à sucessão municipal em Porto Velho. É o advogado e militante ativo do partido, Célio Lopes. É um jovem formado nos movimentos de base pedetista.
O ex-conselheiro do Tribunal de Contas (TC) de Rondônia, Benedito Alves consta da lista de pré-candidatos à Prefeitura de Porto Velho. Nas eleições de 2022, no PDT, ensaiou candidaturas ao Senado e a governador, mas acabou não concorrendo. Ainda não enfrentou as urnas, mas é sempre citado como nome em condições de sucesso unto ao eleitorado.
Recentemente o presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Marcelo Cruz (PRTB) usou as redes sociais para lançar sua pré-candidatura a prefeito. É jovem, um dos políticos de maior ascensão no segmento com passagem pela câmara de vereadores da capital e, no segundo mandato de deputado se elegeu presidente. Há quem aposte que não disputará a prefeitura, mas estará no comando da campanha de um dos fortes candidatos, já visando 2026. Como é um estrategista em potencial, o mais prudente é aguardar as convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto) para escolha dos candidatos.
Sem um forte apoio midiático, mas trabalhando muito nas redes sociais, principalmente, está o advogado e apresentador de TV, Samuel Costa (Rede), que já disputou vários cargos eletivos, mas não se elegeu.
O advogado Ricardo Frota (Novo) já passou pela área cultural da Prefeitura de Porto Velho, pela Procuradoria e por secretarias estaduais. É um nome “novo” na política, como o seu partido, que busca espaços enfrentando as urnas.
O Psol tem o empresário Pimenta de Rondônia, que já colocou seu nome na lista de pré-candidatos a prefeito da capital. Pimenta é um militante ativo sempre concorrendo a cargos eletivos a prefeito da capital e a governador. Ainda não conseguiu um mandato eletivo, mas sempre participa, é um abnegado.
Negar que os nomes mais conhecidos são favoritos é ignorar a realidade. Isso não significa que os demais não têm chances de se eleger prefeito de Porto Velho. Em 2016 tivemos o exemplo do prefeito Hildon Chaves, que foi para o segundo turno, sendo que uma semana antes, nas pesquisas, sérias, não estava com dois dígitos.
Na última semana da campanha do primeiro turno seu nome acabou viralizando e foi para o segundo turno à frente do favorito (Léo Moraes-PTB), com menos de 1% dos votos válidos: 27,20% (57.954) a 26,12% (55.658. Venceu com facilidades somando mais de 65% dos votos válidos.
Também não está descartada uma situação como a de 2016. Nomes para isso não faltam.
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