Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 15/06/2024 às 11h25
Esta semana em Brasília, foi dado passo importante envolvendo a BR 364, rodovia federal mais importante de Rondônia. É por ela que a maioria da safra de grãos (soja e milho) de Rondônia e de parte do Mato Grosso é exportada via Porto Graneleiro de Porto Velho, no Rio Madeira.
O trecho mais importante da 364 é de aproximadamente 700 quilômetros ligando Porto Velho a Vilhena, na divisa com o Mato Grosso. Devido ao volume elevado de veículos pesados ocorrem inúmeros acidentes. A ligação é chamada de “Corredor da Morte”.
Outro problema são as condições climáticas de Rondônia, da Região Norte, onde temos somente duas estações climáticas. Uma como agora, o chamado “Verão Amazônico”, quando pouco chove durante cerca de seis meses. A região também tem o “Inverno Amazônico”, quando chove torrencialmente todos os dias. As estações climáticas Primavera e verão não existem em Rondônia.
A BR 364 foi construída na década de 60 pelo ex-presidente da República Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Nunca foi restaurada, apenas recuperada com os famigerados “tapa-buracos”, que resolve somente os problemas financeiros de as empreiteiras. A BR não tem alicerce em condições de suportar o volume de tráfego atual, onde passam durante as safras de grãos cerca de 2,5 mil carretas, bitrens e treminhões/dia, além dos veículos de passeio.
O governo do presidente Lula da Silva (PT) anunciou a privatização da BR 364 condicionando a concessão a duplicação de cerca de 500 quilômetros da ligação Porto Velho a Vilhena. Esta semana o senador Confúcio Moura (MRB-RO), que é presidente da Comissão de Infraestrutura no Senado, do grupo de apoio ao Governo Federal esteve reunido com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). Na pauta discussão sobre a privatização da 364, a ponte binacional em Guajará-Mirim, que liga o Brasil à Bolívia, asfaltamento da BR 319 (Porto Velho a Manaus) e a dragagem do Rio Madeira e infraestrutura aeroportuária em Rondônia.
Segundo Confúcio, que é vice-líder do Governo no Senado, a situação da BR 319, que necessita de restauração principalmente no “Meião” (cerca de 400km), é fundamental não somente para a economia de Rondônia, mas do Amazonas, pois é a única ligação terrestre de Manaus com os demais Estados do País. Confúcio defende, com muita propriedade, que a 319 também seja uma Estrada Parque. Essa rodovia tem possibilidades reais de asfaltamento; o contrário é folclore. Se tem falado muito dela e ela não acontece. No entanto, agora a boa vontade é grande e há uma decisão nesta direção; o próprio presidente Lula também é favorável à pavimentação”, argumentou.
Está sendo feito um levantamento minucioso para elaboração do projeto de duplicação da BR 364. Estão sendo investidos R$ 23 para sua elaboração e, a previsão de investimentos é de R$ 8 bilhões para duplicação do trecho de Candeias do Jamari a Pimenta Bueno.
Confúcio será o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. E dele dependerá a capacidade de alocar recursos necessários para a duplicação e adequação da 364. Os investimentos na rodovia já é uma realidade com o projeto de duplicação em andamento, a ponte sobre o Rio Jaru em fase de conclusão e várias outras melhorias já em projetos 3D.
A duplicação, restauração e adequação da BR 364, um sonho quase impossível, está se tornando realidade. Bom para a economia regional e nacional e para o público usuário, que hoje, não consegue fazer uma ultrapassagem segura devido ao movimento intenso de veículos pesados, sinalização deficiente, buracos, além de os abusos de motoristas irresponsáveis.
A luta continua pela duplicação e restauração-já da BR 364!
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2024/06/duplicacao-da-br-364-entre-as-prioridades-do-governo-federal,192723.shtml