Rondoniadinamica
Publicada em 06/07/2024 às 09h48
Porto Velho, RO – Esquecendo o período em que Emerson Castro, à época do PMDB (atual MDB), geriu Porto Velho, tecnicamente o último mandato de um esquerdista assumido na Capital foi o de Roberto Sobrinho, ex-PT, que, na teoria, findou-se no dia 31 de dezembro de 2012.
Em seguida veio Dr. Mauro Nazif, do PSB (Partido Socialista Brasileiro), que, a despeito do que o nome da sua legenda possa sugerir, jamais vestiu a “camiseta” do progressismo, tocando sua vida política, neste sentido, como era no passado recente o ex-governador Confúcio Moura, do MDB, atualmente senador. Equilibrando-se “em cima do muro”, evitando pisar em calos de “bolhas ideológicas” ou afagá-las.
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Moura, agora aliado do PT de Lula, ora na Presidência da República, agora, e só agora, tornou-se, declaradamente, um exímio arquétipo da centro-esquerda brasileira, crítico duro da ditadura militar e da extrema-direita. Se o tivesse feito na campanha de reeleição em 2014 não teria regressado às rédeas do Palácio Rio Madeira vez que parte de seus eleitores, à ocasião, era composta de neoliberais e conservadores. Logo, não entrava na “bola dividida” distanciando-se da contenta efervescente que deu origem à tão acirrada polarização tupiniquim.
Hoje, com todos os “jogadores” declarando seus respectivos vieses, e a direita cada vez mais pluralizada em seus mais variados flancos rondonienses, a diluição dessa fatia do eleitorado pode acabar prejudicando quem já anda por aí ancho de si “vendendo” vitória antecipada.
Em Porto Velho, que já assistiu o então neófito Vinícius Miguel ser o primeiro colocado da cidade na disputa pelo Governo em Rondônia, em 2018 (e o terceiro colocado nas eleições de 2020), quando estava na Rede Sustentabilidade, há outro ponto.
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A direita não é unanimidade! Ponto. É maioria, tem as melhores cartas na mão, e, em termos contemporâneos, dificilmente a sociedade assistirá a um progressista assumindo a chefia do Prédio do Relógio.
Lado outro, os moderados, que vão da centro-direita, passando pelo centro, visitando a centro-esquerda e desembocando, finalmente, na esquerda mais ponderada, tendem a fugir dos exageros apregoados pelos destros mais histriônicos, como, por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL; e, regionalmente, o deputado federal Coronel Chrisóstomo, seu correligionário.
Em 2022, o ideológico Marcos Rogério levou uma "sova" do xará nas eleições / Reprodução
Nas eleições de 2022, essa ala da população reconduziu o Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, à função de governador. No segundo turno com Marcos Rogério, senador do PL, que vestiu cem por cento a “roupa do bolsonarismo”, em suma, enfim, totalmente ideologizado, Rocha dividiu eleitores da “bolha” com o congressista, mas foi consagrado mesmo pela fuga do extremismo. Mais conciliador, menos falador e com demonstrativo empírico de gestão, foi mais fácil para o militar explicar, para o todo, por que seria a melhor opção para administrar o estado, isto por mais quatro anos.
Marcos Rogério, que se achava “o cara”, viu sua popularidade e o seu ego inflado reduzidos ao mais absoluto nada pela própria realidade eviscerada através dos números.
Então Mariana Carvalho, do União Brasil, a “queridinha” da turma do atual prefeito Hildon Chaves, do PSDB, que até “ontem” fazia cosplay de Véio da Havan vestindo verde e amarelo para assinalar aos bolsonaristas que não vá pensando em “já ganhei”. O retrospecto não é favorável aos que acarinham lados.
Com um candidato do mesmo pólo, dividindo eleitores da mesma faixa-etária, como o ex-deputado federal Léo Moraes, do Podemos, concorrendo contra ela, pode pesar o fato de o ex-diretor do Departamento de Trânsito de Rondônia (Detran/RO), especialmente à época de Assembleia Legislativa, ser mais palatável a quem foge da direita.
Isto sem contar os próprios representantes do espectro, como o já citado Vinícius Miguel, hoje do PSB; Samuel Costa, atualmente na Rede Sustentabilidade; e o advogado Célio Lopes, do PDT, este último com aval do PT.
Por fora ainda há a juíza Euma Tourinho, do MDB, pré-candidata que pretende “ir pra cima” de quem já ocupou cargos públicos. Não é possível mensurar seu potencial para atrair votos dos moderados, mas ela será, invariavelmente, mais uma peça para incomodar o clima de “já ganhou”.
E se o histórico não convencer com fatos, as urnas, ao fim de outubro, pode persuadir com choro.
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