Herbert Lins
Publicada em 17/07/2024 às 09h15
Conheço várias pessoas que enaltecem o período da Ditadura Militar instalada no Brasil, porém, meu pai, como oficial da Polícia Militar da Paraíba, me ensinou a defender a democracia e a liberdade de opinião e expressão. Meu pai era economista e materialista, nossos diálogos permitiam refletir os impactos da Ditadura Militar e da redemocratização na estrutura socioeconômica do nosso país. Nos diálogos travados, repensávamos o passado para problematizar o presente. Muito percebemos, entre os saudosistas da Ditadura ao final da década de 1990, a valorização de índices de crescimento econômico e da sensação de “paz e segurança” na sociedade numa época em que a censura nos meios de comunicação era forte. Neste caso, rádio, jornal, televisão, cinema, revistas, música, livros e teatros, era supervisionado pela equipe da Divisão de Censura da Polícia Federal, ou seja, passava por censura prévia por conta da Lei n.º 5.250, de 9 de fevereiro de 1967, a Lei de Imprensa, que obviamente restringia a liberdade de expressão, tensionada pelo Ato Institucional n.º 5 (AI-5), em dezembro de 1968. Por conseguinte, o Decreto-Lei n.º 898, denominado Lei de Segurança Nacional (LSN), de 29 de setembro de 1969, complementada no ano seguinte com o Decreto-Lei n.º 1.077, de 21 de janeiro de 1970, mecanismos legais que obviamente restringia a liberdade de opinião e expressão durante o período da Ditadura Militar. Contudo, o país cresceu economicamente às custas do endividamento externo, ou seja, dos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos petrodólares, mas acompanhado de uma profunda concentração de riqueza. Nessa época de elevados índices do PIB, os pobres ficavam mais pobres e as elites brasileira, mais ricas.
Frágil
No período da Ditadura Militar a política brasileira ficava mais oligarquizada nos territórios políticos em escala local e estadual, o que formou as bases para uma política democrática frágil em nosso país, mesmo com o fim da Ditadura Militar e com a redemocratização.
Ideologia
Existe uma narrativa histórica positiva sobre a Ditadura de Getúlio Vargas e Militar, mas esquecem de analisar os efeitos de uma ideologia autoritária e economicista de ambos os períodos históricos no país.
Narrativa
Não nos deixemos enganar pela narrativa de sentimento de tranquilidade social e econômica no período da Ditadura Militar, uma vez que as mudanças demográficas estavam em curso devido à concentração de renda e o processo de migração populacional estimulado ou empurrado para Região Centro-Oeste e Norte do país.
Identidade
A sociedade brasileira se deixa encantar com essa narrativa por conta da crise de identidade política profunda e continuada no nosso país, que acaba fortalecendo algumas saídas de cunho populista. A democracia e a liberdade de opinião e expressão é uma conquista para ser alimentada no cotidiano.
Chega
O jornalismo político não pode ficar em silêncio diante desse grave momento de polarização ideológica que a extrema-direita tensiona a política brasileira. O Brasil já deu um chega para lá na extrema-esquerda, venceu a Esquerda e o Centro, porém, a Direita precisa resgatar o seu protagonismo político e deixar de ir a reboque da extrema-direita.
Ascensão
O senador Confúcio Moura (MDB), único congressista da bancada federal rondoniense aliado do presidente Lula (PT), publicou um texto no seu blog que aborda a ascensão da extrema-direita no Brasil nos últimos dez anos.
Críticas
Na atuação parlamentar, o senador Confúcio Moura (MDB) revela ser um político de centro-esquerda, mas no texto com críticas a extrema-direita que não citou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), redefine sua posição política para o centro.
Centro
O senador Confúcio Moura (MDB), no final da sua reflexão, expressou a necessidade do Brasil eleger um presidente de centro para reduzir a polarização ideológica no país. Ele argumentou que um mandato de centro poderia ajudar a estabilizar o cenário político brasileiro, promovendo um ambiente de maior conciliação e diálogo.
HEURO
No programa dominical Domingo Espetacular da TV Record veiculou uma matéria sobre as péssimas condições do Hospital João Paulo II e a novela para tirar o papel, a prometida obra de construção do Hospital de Emergência e Urgência Regional de Porto Velho - HEURO. Inclusive, obra prometida pelo atual governador Coronel Marcos Rocha (União).
Ambulâncias
Quando eu escrevia para o Jornal Estadão do Norte, já abordava a política pública das ambulâncias na Saúde, ou seja, trazer todos os pacientes de ambulância para a capital. Por sua vez, o ex-governador Ivo Cassol (PP) já tinha deixado pronto os Hospitais Regionais de Cacoal e São Francisco do Guaporé para atender os pacientes da Região do Café e do Vale do Guaporé, respectivamente, sem precisar mandar para a capital.
Novela
Já o ex-governador e hoje senador Confúcio Moura (MDB) colocou em funcionamento o Hospital de São Francisco do Guaporé, além de conseguir entregar, em 8 anos de Governo, apenas o Hospital de Extrema, deixando para o Governo seguinte a novela do Hospital de Guajará-Mirim e de Porto Velho.
Lixo
O HEURO de Guajará-Mirim parece que será entregue depois de 6 anos de Governo do Coronel Marcos Rocha (União). Já o HEURO de Porto Velho, para substituir o João Paulo II, ficou apenas nas fundações, ou seja, o dinheiro gasto na base de concreto foi todo desperdiçado e jogado na lata do lixo.
Descartado
O projeto do Heuro de Porto Velho deixado pelo Governo de Confúcio Moura (MDB) é muito bonito, mas foi jogado também na lata do lixo. Caro leitor, você sabe quanto custa para elaborar um projeto de construção de um órgão público para depois ser descartado? Depois te conto.
Adquiriu
Para o cenário não ser pior, o dinheiro que veio do Governo Federal para o Hospital de Campanha de combate à Covid-19, o ex-secretário de Saúde e hoje deputado federal Fernando Máximo (União), adquiriu as instalações físicas e equipamentos da maternidade particular Regina Paces, a transformando em Hospital de Retaguarda.
Exemplo
Já o atual secretário de Saúde, Coronel Jefferson Rocha, quer seguir o exemplo do ex-secretário Fernando Máximo, ou seja, adquirir as instalações prontas de um hospital particular para transformá-lo em hospital de emergência e trauma em ortopedia. Tal ação atesta a incapacidade do Governo Coronel Marcos Rocha (União) de não entregar pelo menos uma única obra de pedra e cal em Porto Velho.
Impasse
O impasse para a construção do Euro de Porto Velho vai permanecer mediante o lobby dos donos de hospitais particulares e cooperativas médicas. Esses que vendem as vagas de leito e prestam serviços à SESAU querem que tudo permaneça como antes no quartel de Abrantes, ou seja, o caos no atendimento em saúde.
Construção
Enquanto o Governo do Coronel Marcos Rocha (União) não faz a lição de casa em tirar do papel o Heuro de Porto Velho, inclusive ele sendo da capital, a pré-candidata a prefeita Mariana Carvalho (União) ao Prédio do Relógio, anunciou ontem os recursos de suas emendas já depositados da conta da Prefeitura de Porto Velho, para construção do hospital municipal da capital.
Confirmou
O prefeito Hildon Chaves (PSDB) confirmou que a ex-deputada Mariana Carvalho (União) destinou R$ 20 milhões reais e o deputado federal Mauricio Carvalho (União) R$ 25 milhões para as obras do hospital municipal - recursos de emendas parlamentares individuais de ambos. Segundo o prefeito Hildon, o restante será bancado por recursos próprios da prefeitura.
Lançamento
Ontem (16), foi o lançamento da pré-candidatura do advogado Breno Mendes (Avante) à CMPV. O evento foi pomposo na torre do novo edifício residencial Buenos Aires, que permite uma visão de 360° graus de toda a nossa capital.
Reuniu
O prédio que será um condomínio de luxo, Dr. Breno Mendes (Avante), reuniu familiares, apoiadores, jornalistas, líderes religiosos, professores, profissionais de saúde e das forças de segurança, servidores públicos, lideranças de bairro e de outros partidos. Mas o maior destaque foi para presença do prefeito Hildon Chaves (PSDB), Mariana Carvalho (União), deputado estadual Marcelo Cruz (PRTB) e os ex-deputados Jair Montes (Avante) e Carlos Magno (PRD).
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2024/07/ditadura-militar-no-brasil-ascensao-de-confucio-moura-lobby-dos-donos-de-hospitais-particulares,195046.shtml