Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 03/08/2024 às 10h19
As eleições municipais de outubro próximo será um jogo de xadrez, esporte de o grande mestre Henrique Costa Mecking, o Mequinho. Temos um bloco de três pré-candidatos, um deles pré, porque a convenção está sendo realizada hoje (3), e outros em condições de figurar como azarões, como no turf, quando um cavalo menos cotado vence, ou a zebra, na loteria esportiva.
A sucessão municipal em Porto Velho tem perspectivas de disputa acirrada. O prefeito Hildon Chaves (PSDB), reeleito em 2020 está fora, mas não ficou em cima do muro e tem a ex-vereadora e ex-deputada federal, Mariana Carvalho (UB) como sua candidata a governar a capital a partir do próximo ano.
Mariana, além do apoio de Hildon também tem do governador Marcos Rocha (UB) e do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Cruz, do PRTB, um político expressivo da nova safra de Rondônia. Seu grupo está fechado com o Republicanos, Federação PSDB/Cidadania, PSD, PL, PRTB, Democracia Cristã (DC) e Agir36. São parceiros de centro-direita.
O advogado Célio Lopes, do PDT em parceria com PV, PCdoB e PT formam um forte grupo de centro-esquerda. Não há dúvida que é o adversário em potencial de Mariana. O grupo de Lopes é liderado pelo ex-senador Acir Gurgacz, que preside o PDT em Rondônia e, dentro da perspectiva que o PT e seus partidos de esquerda conseguem de 28% a 30% dos votos válidos em Porto Velho, o segundo turno, a princípio, será inevitável.
Hoje (3) o ex (vereador, deputado estadual e federal) Leo Moraes realiza convenção para sacramentar seu nome como candidato a prefeito da capital. Leo tem um histórico político positivo, preside o Podemos no Estado, e deixou o comando do Detran-RO para disputar a prefeitura da capital. Em nenhum momento veio a público quem será o seu vice. Chegou-se a comentar, até com certa insistência nos bastidores da política, sobre a possibilidade de o advogado e professor universitário, Vinícius Miguel, presidente regional do PSB formar uma dobradinha com Leo, mas é difícil.
Miguel estava na convenção-monstra do PDT na última semana e deixou transparecer que, mesmo já estando homologado em convenção como candidato pelo seu partido, deverá se juntar ao grupo liderado pelo PDT. Vinícius é sobrinho do ex-vice-governador e ex-deputado estadual Airton Gurgacz.
Correndo por fora e sem agrupamento de partidos, estão nomes em condições de chegar ao segundo turno, que acreditamos, inevitável no processo político-eleitoral deste ano. A representante do MDB, Euma Tourinho é uma estreante no sistema político-partidária, assim como foi Hildon na sua eleição em 2016. Dez dias antes das eleições não tinha dois dígitos nas pesquisas, foi para o segundo turno com poucos votos à frente de Leo Moraes, na época no PTB e se elegeu sem dificuldades no segundo turno.
A doutora Euma, pode sim despontar como uma alternativa aos eleitores. Tem um partido forte, que já foi o maior do Brasil, apesar de estar muito dividido em Rondônia, após as convenções para as eleições de 2018, quando ocorreu um quebra-quebra na sede da agremiação em Porto Velho. Ela não tem rejeição, mas dizem, que político bom de voto tem que ter rejeição, mas não pode ser exagerada.
O ex-conselheiro do Tribunal de Contas (TC), de Rondônia, Benedito Alves, do Solidariedade, a exemplo de Euma nunca enfrentou as urnas, apesar de estar sempre muito ligado à política regional. Em 2022 estava no PDT e era o nome do partido para disputar o Governo do Estado. Ocorre que Acir Gurgacz insistiu em sua candidatura, mesmo estando inelegível, desistiu na reta final e Benedito acabou ficando sem condições de entrar na disputa, devido a exiguidade de tempo, para realizar uma campanha eficiente à sucessão estadual.
O advogado e professor universitário Samuel Costa (Rede) com apoio do Novo também está correndo por fora, mas não pode ser descartado. As dificuldades são maiores, na campanha o tempo de rádio/TV não será dos mais significativos, mas está utilizando as redes sociais para incitar os considerados “favoritos” ao debate.
Há comentários entre os favoritos, que a eleição precisa ser decidida no primeiro turno. Acreditamos que não. Quem está no grupo à frente nas pesquisas, sérias, deve trabalhar para chegar ao segundo turno, evitando agressões aos adversários considerados “bons de votos”, porque somente dois irão para um provável turno seguinte, decisivo, e ambos precisarão dos votos dos que foram derrotados.
Portanto é fundamental desenvolver uma campanha agressiva, sim, mas criteriosa, porque ficará difícil ter o apoio de quem foi denegrido no primeiro turno. Os candidatos devem se conscientizarem que são adversários políticos, não inimigos.
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