G1
Publicada em 09/08/2024 às 10h15
O presidente da Ucrânia usou o X para acusar a Rússia de fazer um ataque contra alvos civis nesta sexta-feira (9).
Volodymyr Zelensky postou vídeo e fotos de um supermercado e uma agência de correio destruídos, em Kostyantynivka, na região de Donetsk, e afirmou que, até o momento, quatro mortes foram confirmadas e ao menos 24 pessoas ficaram feridas.
"Terroristas russos atingiram um supermercado comum e uma agência dos correios. Há pessoas sob os escombros. Uma operação de resgate está em andamento e tudo será feito para salvá-las. No momento, sabe-se que quatro pessoas foram mortas. Minhas condolências às suas famílias e amigos que perderam seus entes queridos. Pelo menos 24 pessoas ficaram feridas. A Rússia será responsabilizada por esse terror e faremos o nosso melhor para garantir que o mundo continue a apoiar a Ucrânia em apoiar nossa defesa e salvar as vidas de nosso povo", postou ele.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, autoridades locais falam em ao menos 10 mortos e 35 feridos, e que míssil teria sido arremessado no local, que fica em uma área residencial, por um avião russo.
“Este é outro ataque direcionado a um lugar lotado, outro ato de terror dos russos”, disse o chefe regional de Donetsk, Vadym Filashkin, em uma postagem no Telegram.
Invasão ucraniana ao território russo
A Rússia entrou em estado de alerta depois de soldados ucranianos invadirem e ocuparem parcialmente uma cidade no sul da Rússia na quarta-feira (7). A incursão ucraniana, inesperada, fez com que o presidente russo, Vladimir Putin, readaptasse planos de guerra de forma emergencial.
Nesta quinta-feira (8), Moscou declarou estado de emergência em Kursk, a região atacada, e convocou mais reservistas para a região de fronteira com a Ucrânia. O governo local também fez restrições no espaço aéreo.
Na quarta, em um ataque inesperado, militares da Ucrânia conseguiram cruzar a fronteira e travaram fortes embates na região de Kursk. Houve relatos de que os soldados de Kiev conseguiram ocupar uma cidade, mas o Ministério da Defesa russo afirmou ter conseguido recuperar o território.
Em um dos maiores ataques ucranianos contra a Rússia durante a guerra entre os dois países, cerca de 1.000 soldados ucranianos atravessaram a fronteira russa na madrugada de 6 de agosto. Eles usaram tanques e veículos blindados, cobertos no ar por drones e artilharia, de acordo com autoridades russas.
As forças ucranianas atravessaram os campos e as florestas da fronteira em direção ao norte da cidade fronteiriça de Sudzha, o último ponto operacional do transbordo do gás natural russo para a Europa via Ucrânia.
Putin classificou o ataque como uma "grande provocação". A Casa Branca disse que os Estados Unidos não tinham conhecimento prévio do ataque e que buscariam obter mais detalhes de Kiev.
O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta quinta-feira que o Exército e o Serviço Federal de Segurança (FSB, o sucessor da KGB, o famoso serviço secreto da União Soviética) barraram o avanço ucraniano e estavam lutando contra unidades ucranianas na região de Kursk.
"Unidades do grupo de forças do Norte, juntamente com o FSB da Rússia, continuam a destruir formações armadas das Forças Armadas da Ucrânia nos distritos de Sudzhensky e Korenevsky da região de Kursk, diretamente adjacentes à fronteira russo-ucraniana", informou o ministério.
Segundo a pasta, a Ucrânia perdeu 82 veículos blindados, incluindo oito tanques, no ataque.
Já o Exército ucraniano não se manifestou sobre a ofensiva de Kursk, seguindo a postura que Kiev normalmente adota em ataques à Rússia cuja autoria é atribuída à Ucrânia.
Alguns blogueiros russos, todos pró-Putin, criticaram o estado das defesas de fronteira na região de Kursk, dizendo que foi muito fácil para as forças ucranianas atravessá-las.
"O inimigo passou por nossa linha de defesa com muita facilidade", disse Yuri Podolyaka, um popular blogueiro militar pró-Rússia, nascido na Ucrânia, acrescentando que nenhum trabalho defensivo completo foi preparado na região de Kursk, apesar do conflito em andamento.
As batalhas em torno de Sudzha ocorrem em um momento crucial do conflito, a maior guerra terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Kiev teme que o apoio dos EUA possa cair se o republicano Donald Trump vencer a eleição presidencial de novembro.
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