G1
Publicada em 15/08/2024 às 16h03
Terrorista do Hamas matou refém israelense por revanche após ter filhos mortos em bombardeio em Gaza, diz grupo
Na segunda (12), Hamas disse refémfoi morto em cativeiro por conta de um 'incidente'. Guarda que vigiava os sequestrados assassinou israelense após receber notícia de que filhos morreram em ataque aéreo no mesmo dia.
O refém israelense morto na segunda-feira (15) por um "incidente" em um cativeiro na Faixa de Gaza foi assassinado por um membro do Hamas que quis se vingar após ter seus filhos mortos em um bombardeio de Israel no mesmo dia, afirmou nesta quinta-feira (15) o grupo terrorista.
Na segunda-feira, o Hamas afirmou em um comunicado que um dos 111 reféns ainda sob poder do grupo foi morto por um "incidente". Foi a primeira vez desde o início da guerra na Faixa de Gaza que o Hamas reivindicou autoria na morte de um refém.
Nesta quinta, também em comunicado, o grupo terrorista disse que um dos guardas que vigiavam um dos cativeiros dos reféns recebeu a notícia de que seus filhos morreram em um ataque aéreo que atingiu a Faixa de Gaza na segunda-feira. Por vingança, ele atirou então contra um dos reféns.
No mesmo comunicado, o Hamas disse que o guarda agiu sozinho e em descumprimento da ordem dos dirigentes do grupo, que proibem o assassinato de reféns, e disse que "o incidente não representa a ética do grupo".
A identidade no refém morto não foi divulgada pelo grupo terrorista. O governo israelense ainda não havia se manifestado sobre o caso até a última atualização desta reportagem.
40 mil mortos
O número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas alcançou nesta quinta-feira (15) a marca de 40 mil pessoas, segundo o governo local, controlado pelo grupo terrorista.
De acordo com balanço apresentado nesta sexta pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, 40.005 palestinos morreram desde o início da guerra, há mais de dez meses. Outros 92.401 foram feridos no mesmo período, afirmou ainda o boletim, que aponta também 107 mortos nas últimas 24 horas no território palestino.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2024, quando membros do grupo terrorista invadiram regiões no sul de Israel e assassinaram 1.200 pessoas, além de sequestrar centenas de outras.
Como reação, Israel começou a bombardear a Faixa de Gaza, onde fica o braço armado do Hamas, e, depois, iniciou uma incursão por terra que começou no norte e foi até o extremo sul do território.
Cessar-fogo
A marca dos 40 mil mortos também foi atingida no dia em que as negociações sobre um cessar-fogo em Gaza serão retomadas.
Nesta sexta, representantes de Israel e dos Estados Unidos, do Egito e do Catar, que mediam as conversas, voltarão a se reunir em Doha para tentar destravar a trégua, que vem sendo debatida há meses mas não avança por falta de consenso entre as partes.
A proposta é que Israel deixe de bombardear Gaza de forma permanente, encaminhando a região para um fim gradual da guerra. Em troca, o Hamas devolve os reféns ainda sob poder do grupo e se compromete a não exercer novos ataques.
No entanto, a nova rodada para tentar destravar um cessar-fogo já começa com poucas chances de prosperar. Isso porque o Hamas disse que não participará das negociações por conta do assassinato de seu então líder, Ismail Haniyeh, em Teerã, no Irã, há duas semanas.
O Hamas, o Irã e diversos países do Oriente Médio culpam Israel, que não confirmou nem negou autoria no assassinato.
Na quarta-feira (14), mesmo às vésperas da retomada das negociações, Israel fez um novo bombardeio na Faixa de Gaza. Também na quarta-feira, um homem afirmou que seus filhos, gêmeos e recém-nascidos, morreram atingidos por um ataque aéreo no momento em que o pai registrava as crianças.
Também nesta quinta, parentes de reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro e ainda sob poder do grupo voltaram a protestar. O grupo fez uma manifestação na porta da sede do Likud, o partido do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigindo que Israel alcance o acordo para que os sequestrados sejam libertados.
"Sem acordo, nem volte para casa", dizia um dos cartazes da manifestação, em recado a negociadores israelenses que foram a Doha.
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