Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 17/08/2024 às 10h55
As convenções partidárias terminaram, os candidatos a prefeito, vice e vereador já foram definidos nos 52 municípios de Rondônia, os registros das candidaturas encerrados no último dia 15 e, a partir de agora todos se empenham na campanha em busca dos votos. É momento importante na caminhada dos candidatos durante o período de busca do eleitor e de a necessidade da coerência, do bom senso, responsabilidade, organização, e de respeito aos adversários, que não podem ser tratados como inimigos políticos, especificamente em Porto Velho, único município do Estado onde é possível o segundo turno.
Tendo como base pesquisas realizadas na maioria dos municípios por institutos especializados, é possível, neste início de campanha observar um quadro da situação atual, início das campanhas de os principais municípios. São os casos de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, onde os candidatos já estão colocando seus blocos nas ruas.
Porto Velho tem sete candidatos e, quatro deles, de acordo com as pesquisas, estão com melhores condições de sucesso, o que não quer dizer, que os demais estariam fora. Na capital já tivemos exemplos, como do atual prefeito, Hildon Chaves (PSDB), que foi eleito em 2018, para o seu primeiro mandato, quando estava com menos de dois dígitos nas pesquisas cerca de dez dias do primeiro turno. Acabou chegando à frente de Leo Moraes, na época no PTB, hoje presidente regional do Podemos e também candidato com diferença mínima e eleito no segundo turno com votação expressiva.
A campanha está iniciando. Porto Velho tem como candidatos considerados de ponta, Mariana Carvalho (UB) apoiada por mais onze partidos. Célio Lopes (PDT) está ajustado com mais vários, inclusive o PT. Léo Moraes (Podemos), a exemplo de Euma Tourinho, do MDB, fazem campanha solo. De acordo com as pesquisas registradas na Justiça Eleitoral, são os candidatos com mais chances de sucesso. Também estão na disputa Samuel Costa (Rede), Ricardo Frota (Novo) e Benedito Alves (Solidariedade).
Todos têm chances de chegar ao topo, pois a campanha está sendo iniciada agora e, até o primeiro turno em 6 de outubro, não estão descartadas alterações significativas, por isso a importância da ofensiva dos candidatos em busca do voto do eleitor. Coerência e responsabilidade nos debates, principalmente, são fundamentais, porque o segundo turno, que se desenha como inevitável em Porto Velho, exigirá que os dois finalistas busquem os votos dos que ficaram pelo caminho. Como pedir o apoio de os adversários que foram denegridos na campanha?
Em Ariquemes e nos demais municípios não teremos segundo turno. Quem chegar à frente com um voto a mais estará eleito para a chefia do Executivo Municipal.
A prefeita Carla Redano (UB) concorre a um novo mandato e tem como maior adversário o ex-vereador, Rafael O Fera (Podemos), que entrou com liminar para poder concorrer, devido a inelegibilidade provocada pela cassação do cargo de vereador. Também está na disputa, outra mulher, Adna Souza, do MDB,
Na disputa em Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral do Estado, com cerca de 100 eleitores, a recondução ao cargo do prefeito Isaú Fonseca (UB), que era considerada real, ganhou uma nova fase com a confirmação de o deputado estadual Affonso Cândido (PL) como adversário. O PT ficou fora da disputa direta, pois o ex-deputado federal e presidente regional do partido, Anselmo de Jesus desistiu de concorrer. Também concorre à sucessão municipal Zenilton Felbek, pelo Podemos.
Em Cacoal a reeleição de Adailton Fúria (PSD) se desenhava como inevitável, até pela falta de adversários à altura. Mas na reta final das convenções partidárias foram homologadas as candidaturas de o ex-deputado estadual Celso Popó (PL) e de Almir Suruí (PDT. Popó tem como vice a filha (Gil) do ex-prefeito Divino Cardoso, uma das lideranças políticas mais respeitadas do interior e diversas vezes cotado a uma candidatura a governador. O PDT vem com Suruí, indígena conhecido nacional e internacionalmente. É uma aposta.
Na cidade mais importante do Cone Sul, econômica, política e socialmente, Vilhena, a expectativa é de eleições a prefeitos parelhas. O prefeito Flori Cordeiro (Podemos) pretende se eleger para mais um mandato. Tem como adversários a representante da Família Donadon, de tradição política na região, Raquel, pelo PRD e Alan Souza do PT. A expectativa é de uma disputa acirrada entre Flori e Raquel.
Fora do eixo da BR 364 a sucessão municipal que mais chama a atenção é em Rolim de Moura, que já teve governadores (Raupp e Cassol), senadores (Expedito, Cassol e Raupp), deputados federais e estaduais. Hoje não tem representantes na Assembleia Legislativa e nem no Congresso Nacional. O atual prefeito, Aldo Júlio (MDB), que concorre à reeleição dificilmente deixará de conquistar seu objetivo. Nem tanto pelo trabalho que vem realizando, mas pelo excesso de adversários.
Estão na disputa seis candidatos, incluindo Aldo Júlio: Carlos Magno Sena Dias (Psol), Cristiane Ortega (MDB), Rafael Godoi (PL), Luzenir Mota (PT) e Paulo Sousa (Novo). Para quem está no Poder, quanto mais divisão, melhor, pois no município não há segundo turno.
Rondônia é um Estado onde predominam simpatizantes do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, do PL. Nas eleições de 2022, Bolsonaro venceu Lula no primeiro turno 64,36% dos votos válidos. No segundo turno Bolsonaro somou 70,66% dos votos válidos, contra 29,34% de Lula.
A tendência bolsonaristas predomina no interior. Cidades como Ji-Paraná, por exemplo, deverá ter influência do ex-presidente na sucessão municipal. Na convenção que homologou o nome do deputado Affonso Cândido como candidato a prefeito, Bolsonaro participou, de forma online confirmando apoio ao representante do seu partido, e que virá ao município defender a bandeira de Affonso.
Em Cacoal a situação não é diferente, Celso Popó, do PL, conta com a vinda de Bolsonaro durante a campanha para fortalecer sua candidatura. A exemplo de Ji-Paraná e demais municípios do Estado, Bolsonaro foi o mais bem votado nos dois turnos em 2022 e sua participação terá influência na sucessão municipal.
A presença, física, de Bolsonaro na campanha eleitoral a prefeito, vice e vereadores em Rondônia será, sim, importante para os seus aliados. Por isso querem sua participação diretamente no processo eleitoral municipal deste ano e, certamente, com resultados positivos nas urnas.
Simpatizantes de Bolsonaro não votam em aliados de o presidente Lula da Silva. O mesmo caso em situação inversa. Rondônia é um Estado com a maioria dos eleitores adeptos de direita, por isso os aliados de Bolsonaro buscam o seu apoio, mesmo que seja via internet.
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