G1
Publicada em 02/09/2024 às 10h10
Americanos também poderiam deixar seu papel como mediador nas negociações por uma trégua na guerra em Gaza caso não haja acordo na rodada atual de tratativas, segundo oficial do governo americano ouvido pelo 'The Washington Post'. Proposta dos EUA deve ser apresentada nas próximas semanas.
Os Estados Unidos darão um "ultimato" a Israel e ao grupo terrorista Hamas na próxima proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza que apresentarem, nas próximas semanas, segundo o jornal americano "The Washington Post".
De acordo com o jornal, os EUA têm conversado com o Egito e o Qatar, outros mediadores das negociações, sobre os detalhes de um acordo final "pegar ou largar" que o país planeja apresentar às partes. A proposta, desenhada pelo governo Biden após diversas rodadas de conversas, está sendo modificada para atender a novas demandas de Israel e do Hamas.
Caso essa proposta não seja aceita, os EUA poderiam deixar a liderança das negociações por um cessar-fogo, segundo um alto funcionário do governo americano, que falou com o "Washington Post" sob a condição de anonimato.
Funcionários do governo Biden ouvidos pelo jornal disseram que ainda não se sabe se a recuperação dos corpos de seis reféns em Gaza pelo Exército israelense neste domingo (1º) terá alguma influência nas negociações. Um dos corpos encontrados era do israelense-americano Hersh Goldberg-Polin.
Um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza com 11 meses do início da guerra pode ser a última chance de salvar com vida os reféns sob poder do Hamas, segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. As negociações por uma trégua também podem determinar se o Irã responde militarmente ao assassinato dos chefes do Hamas e do Hezbollah, ocorridos no final de julho. A guerra em Gaza acontece desde os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas. O conflito já deixou mais de 40 mil palestinos mortos.
Uma nova rodada de negociações por um cessar-fogo na guerra em Gaza dura desde 15 de agosto. Os EUA modificaram a proposta para atender a novas demandas de Israel e de Hamas, porém ainda há diferenças significativas entre as partes.
Um dos pontos de desacordo é a interrupção do ataques de Israel em Gaza. O governo israelense alega que a guerra só pode terminar com a destruição do Hamas como força militar e política, e que, para isso, é preciso fazer operações militares no território palestino, onde o grupo terrorista está baseado.
Mas o Hamas já disse que, para devolver os reféns, só aceitará um cessar-fogo permanente, e não temporário. Em meio às negociações, os corpos de seis reféns foram recuperados pelo exército israelense neste domingo (1º).
Há divergências também sobre a presença militar contínua de Israel dentro de Gaza, particularmente ao longo da fronteira com o Egito, sobre a livre movimentação de palestinos dentro do território e sobre a identidade e o número de prisioneiros a serem libertados em uma troca.
Outro ponto de discordância entre Israel e o Hamas é uma exigência posta por Israel nesta rodada de negociações: Netanyahu quer manter o controle do Corredor Filadélfia --a fronteira sul de Gaza, com o Egito-- após a Guerra em Gaza.
Cessar-fogo pode ser última chance de salvar reféns
o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas nesta rodada de negociações pode ser a última oportunidade para que os reféns ainda sob poder do Hamas sejam devolvidos e para que a guerra na Faixa de Gaza tenha um desfecho.
"Este é um momento decisivo, e provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, obter um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para paz e segurança duradouras", disse Blinken em Tel Aviv.
Segundo o governo israelense, o Hamas ainda tem sob seu poder 111 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra na Faixa de Gaza.
Os EUA tentam pressionar as duas partes a aceitarem os termos do acordo. Nesta manhã, Blinken se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que o encontro foi "positivo", mas não disse se aceitará ou não a proposta.
Já o Hamas vem lançando dúvidas sobre as chances de chegar a um acordo, mas também não disse que recusou a proposta dos EUA.
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