G1
Publicada em 03/09/2024 às 15h56
O opositor venezuelano Edmundo González "não considerou" a possibilidade de pedir asilo em alguma embaixada, apesar de ter sido alvo de uma ordem de prisão, afirmou o advogado dele nesta terça-feira (3). González disputou as eleições presidenciais.
"Isso é um assunto que não foi considerado pela família ou pelo senhor Edmundo González Urrutia", disse o advogado José Vicente Haro.
Haro conversou com repórteres em frente da casa de González. A localização dele é desconhecida. O opositor também não participou das últimas manifestações contra o resultado das eleições.
"Se houver uma ordem de busca e apreensão, ela será cumprida e será concedido o devido acesso aos funcionários", afirmou.
A Justiça da Venezuela emitiu um mandado de prisão contra González na segunda-feira (2). A decisão atende a um pedido do Ministério Público e acontece após o opositor ignorar três intimações para depor. O órgão é aliado do presidente Nicolás Maduro e controlado por chavistas.
González é investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais e sabotagem de sistemas.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou que as intimações tinham como objetivo colher o depoimento de González sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site.
A oposição usa os dados das atas para argumentar que Edmundo González venceu a eleição presidencial de 28 de julho. Mais de 80% de todos os documentos emitidos pelas urnas foram publicados pelo grupo opositor em um site.
Saab afirma que os documentos são falsos. Entretanto, até agora, as autoridades venezuelanas não tornaram públicas as atas eleitorais que seriam verdadeiras, mesmo diante do pedido de vários países, como Brasil e Estados Unidos. A ONU apontou segurança nas atas divulgadas pela oposição.
Com o temor de prisão, González faltou às convocações do MP. Ele também não compareceu a uma reunião do Tribunal Supremo de Justiça para assinar um documento reconhecendo o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o qual anunciou Nicolás Maduro como vencedor.
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